A maioria das doenças hepáticas em pessoas com HIV é causada por distúrbios metabólicos
Distúrbios metabólicos, incluindo excesso de peso (sobrepeso), obesidade e diabetes, são causas significativas de doenças hepáticas, como esteatose hepática e fibrose hepática, entre pessoas que vivem com HIV em países de baixa e média renda. Essa foi a principal conclusão de um estudo publicado, em 20 de junho de 2024, no Journal of the International AIDS Society. A análise foi conduzida por Marie Plaisy, da Universidade de Bordeaux, na França, e outros pesquisadores.
De 2020 a 2022, os investigadores utilizaram dados governamentais de 2.120 pessoas com HIV residentes em países de baixa e média renda da Ásia, África e América Latina. A maioria dos participantes era do sexo feminino e cerca de 50% relataram sobrepeso ou obesidade. A média de idade da amostra foi de 45 anos.
Durante o período de acompanhamento, a prevalência geral de fibrose hepática (excesso de cicatrizes no fígado) e de esteatose hepática (excesso de gordura no fígado) foi de 18% e 28%, respectivamente, com diferenças regionais consideráveis. As taxas das duas doenças foram significativamente maiores nos países da América Latina, em comparação com os países da Ásia e da África.
Ser do sexo masculino ao nascer, ter excesso de peso ou obesidade, ser diabético e ter usado o antirretroviral didanosina foram fatores altamente associados à fibrose hepática. Possuir sobrepeso ou ser obeso, ter diabetes e o uso prolongado do antirretroviral estavudina foram fatores fortemente associados à esteatose hepática.
Os autores ressaltam a importância da integração entre a prevenção de fatores de risco metabólicos e o monitoramento de doenças hepáticas em pessoas que vivem com HIV, principalmente nos países de baixa e média renda. Afirmam que novas pesquisas são necessárias para que o assunto seja investigado com maior profundidade.
Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 20 de junho de 2024.