HIV, IST e Outros

Mutações de resistência ao dolutegravir são raras após troca da terapia antirretroviral ao HIV

De acordo com estudo publicado em 7 de julho de 2024, na revista Clinical Infectious Diseases, o surgimento de mutações de resistência ao dolutegravir é extremamente raro em pessoas que mudam sua terapia antirretroviral ao HIV original para um tratamento de primeira linha baseado nesse medicamento. A análise foi conduzida por Veronika Skrivakova, da Universidade de Berna, na Suíça, e outros pesquisadores.

O estudo incluiu, de 2019 a 2021, 1.422 pessoas vivendo com HIV no Malawi e 1.410 na Zâmbia. Foram considerados elegíveis aqueles que estivessem em terapia antirretroviral ao HIV há pelo menos seis meses e apresentassem carga viral detectável no momento da troca para o dolutegravir.

A maioria dos voluntários era do sexo feminino (99% no Malawi e 85% na Zâmbia). Quase todos tomavam efavirenz, lamivudina ou tenofovir antes do dolutegravir. A carga viral média no momento da mudança era de 8.952 cópias/ml entre os pacientes do Malawi e 1.163 cópias/ml nos participantes da Zâmbia.

Um ano após a troca para o tratamento baseado no dolutegravir, no Malawi, 3,8% dos participantes do estudo apresentavam carga viral detectável, em comparação com 1,9% na Zâmbia. Depois de dois anos, 4,7% no Malawi e 1,8% na Zâmbia apresentavam cargas virais não suprimidas.

Apenas cinco participantes foram detectados com mutações de resistência ao dolutegravir. Desses, um também possuía resistência ao efavirenz, lamivudina e tenofovir. Todos iniciaram imediatamente o tratamento com outras substâncias e tiveram a carga viral suprimida durante o período de acompanhamento da pesquisa.

Embora as descobertas da análise indiquem a baixa frequência de mutações de resistência ao dolutegravir, os autores alertam que a troca da terapia antirretroviral ao HIV em pacientes com carga viral acima de 1.000 cópias/ml pode aumentar o risco de falha no tratamento. Eles também destacam que testes de resistência e o monitoramento constante da carga viral são fundamentais para que a eficácia dos medicamentos seja preservada.

Fonte: site da Clinical Infectious Diseases, de 7 de julho de 2024.

(https://academic.oup.com/cid/advance-article-abstract/doi/10.1093/cid/ciae261/7689381?redirectedFrom=fulltext&login=false#usercomments)