O ato de utilizar drogas antes e/ou durante a prática sexual, também conhecido como chemsex, pode contribuir para elevar a taxa de infecções pelo HIV entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com (HSH) tailandeses. Estudo conduzido por Doug Cheung, da Universidade Mahidol, em Bangkok, na Tailândia, e outros pesquisadores, analisou padrões de prática de chemsex nessa população. O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 25ª Conferência Internacional sobre AIDS (AIDS 2024), realizada, de 22 a 26 de julho, em Munique, na Alemanha.

Os investigadores examinaram, de 2020 a 2023, essa prática em uma amostra de 532 HSH, residentes em Bangkok, que viviam com HIV ou possuíam um risco elevado de infecção pelo vírus. Os participantes tinham o hábito de frequentar festas de sexo privadas e de realizar sexo grupal.

Durante o período de acompanhamento, os voluntários foram divididos em três subgrupos distintos: “não praticantes de chemsex”, que não se envolveram com chemsex nos seis meses anteriores; “praticantes de chemsex variados”, que utilizaram álcool e uma ampla gama de outras substâncias químicas antes ou durante o sexo nos seis meses anteriores; e “praticantes de ice chemsex”, que usaram metanfetamina cristal, nitrito de amila e drogas disfuncionais eréteis antes ou durante o sexo nos seis meses anteriores.

Comparados aos “não praticantes de chemsex”, os “praticantes de ice chemsex” apresentavam uma taxa mais elevada de diagnósticos positivos de HIV, um número maior (seis ou mais) de parceiros sexuais nos seis meses anteriores, menor índice de utilização de preservativo na última relação sexual e mais relatos de prática de trabalho sexual.

Em relação aos “não praticantes de chemsex”, os “praticantes de chemsex variados” possuíam maior probabilidade de não conhecer o seu status de HIV e relataram maior procura por serviços de sexo on-line nos seis meses anteriores.

De acordo com os autores, esses subgrupos de HSH tailandeses têm padrões distintos de prática de chemsex e possuem diferentes perfis de risco relacionados ao HIV. Eles afirmam que novos estudos sobre o tema são necessários para o desenvolvimento de estratégias de prevenção personalizadas voltadas a essa população.

Fonte: site de AIDS 2024, de 26 de julho de 2024.

(https://programme.aids2024.org/Abstract/Abstract/?abstractid=7887)