Fatores associados ao transtorno neurocognitivo em pessoas que vivem com HIV
O transtorno neurocognitivo associado ao HIV é uma condição que reduz as funções neuropsicológicas dos pacientes que vivem com o vírus e causa grande preocupação nos provedores de saúde de todo o mundo. Análise conduzida por Piyumi Perera, do Programa Nacional de IST/Aids, em Colombo, no Sri Lanka, e outros pesquisadores, teve como objetivo descrever a prevalência e os fatores associados ao transtorno neurocognitivo em pessoas que viviam com HIV e frequentavam uma clínica local de grande porte. O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 25ª Conferência Internacional de AIDS (AIDS 2024), realizada, de 22 a 26 de julho, em Munique, na Alemanha.
De janeiro a julho de 2023, os investigadores realizaram uma análise transversal descritiva com 400 participantes com HIV que se consultavam em uma clínica especializada no tratamento do vírus e residiam na cidade de Colombo. Foram considerados elegíveis todos que estavam em terapia antirretroviral há pelo menos três meses.
A média de idade da amostra foi de 43,7 anos. A prevalência do transtorno neurocognitivo na população do estudo foi de 59%. Ser homem, possuir baixo nível educacional, ter um diagnóstico mais antigo de HIV, apresentar baixa contagem de CD4, possuir histórico de hipertensão e usar drogas, incluindo o álcool, por um longo período de tempo foram fatores significativamente associados a um diagnóstico de transtorno neurocognitivo na análise multivariada.
A regressão logística revelou que possuir baixo nível educacional, ter renda mais baixa e tomar medicamentos anti-hipertensivos eram fatores de risco para o transtorno neurocognitivo. Em contrapartida, ser mais jovem foi identificado como um fator de proteção contra a doença.
Segundo os autores, a prevalência do transtorno neurocognitivo foi considerada alta entre a população do estudo e um acompanhamento neuropsiquiátrico em pessoas que vivem com HIV se faz necessário. Eles ressaltam que os pacientes de classes socioeconômicas mais baixas devem receber uma maior atenção para que os sintomas relacionados ao transtorno neurocognitivo sejam precocemente detectados.
Fonte: site de AIDS 2024, de 23 de julho de 2024.
(https://aids2024.iasociety.org/cmVirtualPortal/_iasociety/aids2024/eposters#/PosterDetail/1145)
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