Fatores associados a infecções bacterianas sexualmente transmissíveis entre HSH e mulheres transgênero que usam a PrEP oral na América Latina – o Estudo ImPrEP
O ImPrEP CAB Brasil participou da 25ª Conferência Internacional sobre AIDS (AIDS 2024), realizada em julho, em Munique, na Alemanha, com o simpósio-satélite “Promovendo abordagens centradas nas pessoas para a oferta da PrEP: a experiência do projeto ImPrEP”.
O encontro, que aconteceu no dia 23, contou com a participação de Mayara Secco, pesquisadora Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, que apresentou o estudo “Fatores associados a infecções bacterianas sexualmente transmissíveis entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres transgênero que usam a profilaxia pré-exposição (PrEP) oral na América Latina – o Estudo ImPrEP*”.
A explanação começou com Mayara destacando o objetivo principal e o método utilizado no estudo. De acordo com a pesquisadora, a análise buscou explorar fatores associados a infecções sexualmente transmissíveis (IST) bacterianas (sífilis, clamídia e gonorreia) prevalentes, incidentes e recorrentes durante o estudo. A metodologia previa que IST prevalentes eram aquelas diagnosticadas antes do estudo, IST incidentes eram as encontradas após a primeira visita de inclusão no estudo e IST recorrentes eram todos os diagnósticos registrados após a primeira IST incidente.
No total, 7.558 participantes foram testados para IST após o início da PrEP. As taxas mais altas de perda de acompanhamento foram observadas entre mulheres trans, voluntários de 18 a 24 anos, negros/pardos ou indígenas e aqueles com ensino médio completo, com índices maiores no México e no Peru.
A IST mais encontrada foi clamídia anorretal, seguida por sífilis e gonorreia. As maiores taxas de IST foram registradas em pessoas de 18 a 24 anos, em negros/pardos ou indígenas, entre os participantes que relataram mais de quatro parceiros sexuais e entre aqueles que praticavam sexo anal receptivo sem preservativo, tendo o México apresentado o maior índice de infecções.
Mayara encerrou sua participação ressaltando a necessidade de abordagens centradas na pessoa para identificar aquelas mais vulneráveis às IST e para o devido enfrentamento do HIV na América Latina. A pesquisadora também afirmou que a adoção de métodos de prevenção de IST, como a DoxyPEP e vacinas contra a gonorreia, são importantes, especialmente para os pertencentes a minorias sexuais e de gênero.
*A primeira etapa do estudo ImPrEP, voltado exclusivamente à oferta da PrEP oral, ocorreu de 2018 a 2021, no Brasil, México e Peru.