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Experiências de homens heterossexuais com a PrEP são tema de estudo sul-africano

Os homens heterossexuais não são o foco principal da maioria das análises envolvendo a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV. Por isso, desde a introdução do medicamento em diferentes países do mundo, há uma literatura limitada sobre o assunto. Um estudo, conduzido por Fátima Choro, da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, na África do Sul, e outros pesquisadores, explorou experiências, motivações e barreiras relacionadas à utilização da PrEP oral entre homens heterossexuais que acessam os serviços de saúde primária sul-africanos. A análise foi publicada, em 2 de maio de 2024, no Journal of the International AIDS Society.

De 2020 a 2022, o estudo incluiu 28 homens heterossexuais, de 18 a 56 anos, que frequentavam clínicas de saúde primária da África do Sul. Os investigadores realizaram entrevistas individuais, gravadas em áudio e, posteriormente, transcritas e analisadas tematicamente.

As principais motivações relatadas para a iniciação na PrEP incluíram o medo de contrair o HIV, um sentimento de autocuidado relacionado ao vírus e a desconfiança nas parceiras sexuais. As clínicas de saúde primária contribuíram com a influência positiva dos provedores de saúde, com materiais educativos e com serviços móveis para disponibilização da profilaxia.

Os maiores desafios para uma adesão perfeita ao medicamento foram a carga diária de comprimidos e o estigma. Uma menor sensação de vulnerabilidade associada ao HIV e o desenvolvimento de uma relação de confiança com as parceiras sexuais acabaram sendo as principais razões para a descontinuidade da PrEP.

Entre as barreiras mais frequentes impostas pelo sistema de saúde estão a disponibilidade limitada do medicamento, a quantidade reduzida de clínicas móveis, além dos horários inconsistentes dos locais de retirada da profilaxia.

De acordo com os autores, esse foi um dos primeiros ensaios realizados no continente africano envolvendo homens heterossexuais e a PrEP oral, em ambientes do mundo real. Eles destacam que alguns fatores, como o apoio individual e a educação comunitária, devem ser fortalecidos para que a profilaxia seja difundida junto a essa população.

Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 2 de maio de 2024.

(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jia2.26249#msdynttrid=4dvEj6-jLjHgTnYOytMtKw0nZaDrozchODcp1zmad7E)