Espaço HSH HIV, IST e Outros

Estudo Conectad@s: prevalência de HIV entre HSH jovens no Rio de Janeiro

Atualmente, um dos grupos com maior incidência de novos casos de HIV é o de gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) jovens, contrastando com a estabilização de novos casos dentre as demais populações. Um estudo, que será publicado na edição de agosto de 2024 do periódico The Lancet, estimou a prevalência de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST) entre HSH jovens no Brasil. O artigo possui autoria de Cristina Jalil, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e outros pesquisadores*.

Conectad@s foi um estudo ocorrido de novembro de 2021 a outubro de 2022 com participantes de 18 a 24 anos residentes no Rio de Janeiro que se identificaram como HSH (cis/trans) ou pessoa não-binária que faz sexo com homens. Durante a participação na análise, os voluntários realizaram testes de HIV/IST e preencheram um questionário sociocomportamental.

O estudo contou com 409 participantes ­ ­– 90,5% autoidentificados como homens cis, 2,2% como homens trans e 7,3% como não-binários –, tendo a maioria (70,6%) se autorrelatado como preto ou pardo. A prevalência de HIV foi de 10%, com 40 diagnósticos positivos, sendo metade deles obtida a partir da testagem no estudo. Os novos diagnósticos de HIV foram associados a ter comportamento de risco para o HIV, maior vulnerabilidade socioeconômica e ansiedade. Além disso, 26,7% dos participantes nunca haviam se testado para o HIV.

Os resultados do Conectad@s demonstraram uma alta prevalência de HIV entre HSH jovens. O fato de metade dos diagnósticos positivos ter ocorrido durante a participação no estudo, bem como o alto número de participantes que nunca haviam se testado demonstram a necessidade de ações para acessar e conscientizar essa população.

* Autores do artigo:

Cristina Jalil (1), Emilia Jalil (1), Brenda Hoagland (1), Sandra Cardoso (1), Rodrigo Scarparo (1), Carolina Coutinho (1), Mayara Secco  (1), Valdiléa Veloso (1), Erin Wilson (2), Willi McFarland (2), Thiago Torres (1)e Beatriz Grinsztejn (1).

(1) Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil.

(2) Centro de Pesquisa em Saúde Pública, Departamento de Saúde Pública de São Francisco, São Francisco, EUA.

Link para o artigo: https://doi.org/10.1016/j.lana.2024.100798