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Classe de medicamentos para o HIV pode proteger contra a doença de Alzheimer

Um estudo, publicado em 22 de março de 2024 na revista Pharmaceuticals, apontou que pessoas que faziam terapia antirretroviral ao HIV com uma classe de medicamentos conhecida como inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa (NRTIs) apresentavam taxas mais baixas de doença de Alzheimer quando comparadas a pacientes que tomavam outras substâncias para tratar do vírus ou a indivíduos HIV negativos. A análise foi conduzida por Tiffany Chow, da Universidade da Pensilvânia, localizada na Filadélfia, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores.

O estudo incluiu, de 2019 a 2023, aproximadamente 230 mil participantes divididos em três grupos: 46 mil pessoas que viviam com HIV e faziam uso de regimes contendo NRTIs, 33 mil pacientes que viviam com o vírus mas tomavam outros medicamentos e 151 mil voluntários HIV negativos. Todos residiam nos Estados Unidos, eram maiores de 60 anos (com média de idade de 65 anos) e não possuíam diagnóstico prévio de doença de Alzheimer ou qualquer outro tipo de demência.

Durante o período de acompanhamento de dois anos e nove meses, a menor taxa de desenvolvimento de Alzheimer encontrada na pesquisa ocorreu entre os usuários de regimes contendo NRTIs. Apenas 2,40 em cada 1.000 indivíduos desse grupo foram diagnosticados com a doença.

Entre aqueles que tomavam regimes sem a presença de NRTIs, o índice de desenvolvimento de Alzheimer foi maior quando comparado aos usuários de regimes contendo NRTIs, mas inferior ao dos voluntários HIV negativos. A incidência da doença registrada nesse grupo foi de 3,55 casos em cada 1.000 pacientes.

Para surpresa dos pesquisadores, que também investigavam uma possível relação entre HIV e Alzheimer, além de outros tipos de demência, o grupo dos indivíduos HIV negativos foi o que apresentou a maior taxa de desenvolvimento da doença em toda a análise: 5,15 diagnósticos em cada 1.000 pessoas.

Para os autores, apesar das importantes descobertas, que podem auxiliar os pacientes que vivem com HIV a prevenir a doença de Alzheimer, o estudo apresenta algumas limitações, como curto período de acompanhamento e correspondência não ideal entre os três grupos pesquisados no que diz respeito a idade e sexo. Eles defendem a realização de ensaios mais abrangentes para que o assunto possa ser examinado com maior profundidade.

Fonte: site da revista Pharmaceuticals, de 22 de março de 2024.

(https://www.mdpi.com/1424-8247/17/4/408)