Preferências para PrEP entre HSH e mulheres transexuais em risco de infecção pelo HIV: um protocolo multicêntrico para um experimento de escolha discreta no Brasil
A profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV é uma importante estratégia de prevenção ao HIV. No Brasil, as populações de mulheres transgênero e de homens que fazem sexo com outros homens (HSH) concentram o maior número de casos de infecções pelo vírus. Estudo conduzido por Claudia Pereira, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e outros pesquisadores*, teve como objetivo investigar as preferências de HSH e mulheres trans em relação às características da PrEP, além de avaliar atributos que possam melhorar a decisão de começar a usar a profilaxia (absorção) e a continuidade ideal do uso (adesão). O protocolo da pesquisa foi publicado, em 30 de setembro de 2021, na revista BMJ Open.
É descrito nesse protocolo um experimento de escolha discreta a ser conduzido entre HSH e mulheres trans do Brasil. O estudo será realizado em duas fases. A primeira fase envolve revisão da literatura e abordagens qualitativas, incluindo entrevistas aprofundadas para informar o desenvolvimento do experimento de escolha discreta.
Na segunda fase, serão efetuadas a pesquisa do experimento de escolha discreta e as questões de apoio referentes a informações sociodemográficas e de comportamentos de risco. A análise é voltada para atuais usuários e não usuários de PrEP, consistindo em duas modalidades de administração: presencial, em cinco capitais brasileiras (Rio de Janeiro, Brasília, Manaus, Porto Alegre e Salvador) e on-line, visando abranger todo o país.
Um projeto experimental será utilizado para selecionar 60 tarefas de experimento de escolha discreta, nas quais os participantes serão atribuídos aleatoriamente a um de quatro grupos e apresentados a um conjunto de 15 tarefas. A amostra planeja contar com 1.000 voluntários.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, e será realizado de 2020 a 2021. Os resultados serão divulgados à comunidade científica e ao público em geral por meio da publicação em revistas especializadas e em conferências científicas.
Link para o artigo: http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2021-049011
*Autores:
Cláudia Pereira (1), Thiago Torres (2), Paula Luz (2), Brenda Hoagland (2), Alessandro Farias (3), José Brito (4), Marcus Lacerda (5), Daila Silva (6), Marcos Benedetti (2), Cristina Pimenta (4), Beatriz Grinsztejn (2) e Valdiléa Veloso (2)
1 – Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil
2 – Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil
3 – Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa, Salvador, Brasil
4 – Ministério da Saúde, Brasília, Brasil
5 – Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, Manaus, Brasil
6 – Centro de Testagem Aconselhamento Santa Marta, Porto Alegre, Brasil
Fonte: site da BMJ Open, de 30 de setembro de 2021.