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Exposição intensa a antirretrovirais pode causar opções limitadas de tratamento do HIV

Em virtude de uma exposição intensa aos medicamentos antirretrovirais, pessoas que vivem com HIV muitas vezes podem ficar com opções limitadas de tratamento do vírus quando apresentam resistência a uma combinação padrão, com duas ou três substâncias. Um estudo, liderado por Amanda Mocroft, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, e outros pesquisadores investigou o assunto e descobriu que cerca de um em cada dez pacientes com HIV tende a desenvolver restrição de opções de tratamento. A análise foi publicada, em 11 de dezembro de 2023, na revista AIDS.

De 2012 a 2022, a pesquisa inscreveu 23.827 pessoas, residentes na Europa Central, em Israel e na Austrália, que viviam com HIV, estavam em uso da terapia antirretroviral há pelo menos cinco anos e tinham contagem de células CD4 e medição de carga viral realizadas no ano anterior à inclusão. Pouco mais de 70% eram do sexo masculino, 69% brancos e a maioria (72%) vivia com HIV há menos de 15 anos. Todos os participantes foram acompanhados por uma média de cinco anos.

Durante o período do estudo, 9,8% desenvolveram limitações de opções de tratamento, o que representa uma incidência de 1,66 por 100 pessoas-ano de acompanhamento. Antes de desenvolverem essas limitações, os participantes haviam sido expostos há, em média, sete medicamentos antirretrovirais desde que tiveram o HIV diagnosticado.

Daqueles que apresentaram restrições de opções de tratamento, 48% tomavam dolutegravir ou darunavir associado a mais duas substâncias e 31% estavam em regime de dois medicamentos (com darunavir em 62% dos casos). O tratamento com três inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa era utilizado por 15% dos voluntários.

A limitação de opções de tratamento não foi expressivamente associada a um risco aumentado de morte, doenças cardiovasculares ou câncer após ajuste para idade e contagem de células CD4. No entanto, a chance de surgimento de doença renal crônica foi 47% maior nessa população.

De acordo com os autores, o risco de restrição de opções de tratamento foi menor no período 2018-2022 em comparação com o intervalo 2012-2015. Eles atribuem esse fato ao surgimento de inibidores da integrase de segunda geração (dolutegravir e bictegravir), que são medicamentos com maiores barreiras ao surgimento de resistência.

Fonte: site da revista AIDS, de 11 de dezembro de 2023.

(https://journals.lww.com/aidsonline/abstract/9900/heavy_arv_exposure_and_exhausted_limited_arv.412.aspx)