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Mulheres com HIV têm risco aumentado de câncer de colo do útero na África do Sul

Mulheres que vivem com HIV possuem um risco aumentado de desenvolver câncer de colo do útero em comparação com mulheres HIV negativas. Essa é principal conclusão de um grande estudo sul-africano, conduzido por Nathalie Villalobos, da Universidade de Berna, na Suíça, publicado no International Journal of Cancer, em 2 de setembro de 2023.

Na análise, realizada de 2011 a 2018, os pesquisadores investigaram dados de 517.312 mulheres cobertas pelo maior plano de saúde privado da África do Sul. No total, 8% (38.739) das participantes viviam com HIV, das quais 88% estavam em terapia antirretroviral. A média de idade era de 37 anos no início do estudo.

Durante o período de acompanhamento, que se iniciou no momento da adesão ao plano de saúde, 564 mulheres foram diagnosticadas com câncer de colo do útero. Dessas, 23% viviam com HIV. A incidência da doença atingiu o seu pico aos 52 anos e o risco de diagnóstico positivo aumentou de acordo com a idade.

As participantes que viviam com o vírus apresentaram um risco aproximadamente três vezes maior de desenvolver pré-câncer ou câncer de colo do útero do que as mulheres HIV negativas. Independentemente do status de HIV, verrugas genitais e outras infecções sexualmente transmissíveis foram significativamente associadas a um risco aumentado de diagnóstico de câncer de colo do útero.

Os autores informam que os resultados podem subestimar a associação entre o HIV e o câncer de colo do útero, uma vez que apenas 15% das mulheres sul-africanas são cobertas por planos de saúde privados. Além disso, apontam a possibilidade de um rastreio menos frequente da doença entre as usuárias de clínicas, postos de saúde e hospitais públicos locais.

Fonte: site do International Journal of Cancer, de 2 de setembro de 2023.

(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ijc.34707)