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Usuários de TAF em PrEP têm maior probabilidade de desenvolver pressão alta ou necessitar de estatinas

Pesquisa publicada, em 11 de setembro de 2023, na revista JAMA Network, descobriu que os usuários da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, na modalidade oral,baseada na substância fumarato de tenofovir alafenamida (TAF), apresentam maior probabilidade de serem diagnosticados com hipertensão arterial (pressão alta) ou de iniciarem o tratamento com uma estatina (medicamento que controla o colesterol) quando comparados aos usuários de fumarato  de tenofovir desoproxila combinado com entricitabina (TDF/FTC).

O estudo, liderado por Adovich Rivera, da Kaiser Permanente Southern California, em Pasadena, nos Estados Unidos, aconteceu de outubro de 2019 a maio de 2022, utilizando registros eletrônicos de clínicas norte-americanas para realizar uma análise retrospectiva que identificou novos casos de hipertensão arterial e de início do tratamento com estatinas em pessoas que começaram o uso da PrEP.

Os participantes foram divididos em dois grupos para efeito da investigação: um de pessoas sem pressão alta na primeira prescrição da profilaxia e outro de voluntários que não tinham iniciado o tratamento com estatinas também na primeira prescrição de PrEP.

Os dois grupos eram compostos na maioria por homens (97%). No total, 34% dos indivíduos eram brancos não-hispânicos, 6% negros não-hispânicos e 41 % hispânicos. O índice de massa corporal médio foi de 26,7 kg/m² no grupo de hipertensão e 27,4 kg/m² no grupo de início de estatinas.

Cada participante que tomou TAF foi comparado com quatro voluntários que usaram TDF/FTC. A análise de hipertensão incluiu 371 pessoas tomando TAF e 1.484 usando TDF/FTC. Durante o período de acompanhamento de dois anos, 2,2% daqueles que tomaram TAF e 1,3% daqueles que usaram TDF/FTC desenvolveram pressão alta. Os indivíduos que tomaram TAF tiveram um risco 64% maior de serem diagnosticados com hipertensão arterial.

O grupo de estatinas envolveu 1.855 voluntários, dos quais 20% tomaram TAF e 80% TDF/FTC. Os usuários de TAF iniciaram o tratamento com estatinas com maior frequência durante o período de acompanhamento de dois anos (1,6% contra 1%). As pessoas que tomaram TAF apresentaram duas vezes mais chances de começar o tratamento com estatinas em comparação com os voluntários que usaram TDF/FTC.

Os autores destacam a importância do estudo, mas ressaltam a necessidades de novas pesquisas, com amostras maiores e tempo de acompanhamento mais longo, para se investigar o impacto cardiovascular do TAF em pessoas que o tomam como PrEP.

Fonte: site da JAMA Network, de 11 de setembro de 2023.

(https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2809151)