Nos EUA, pessoas com HIV têm maior prevalência de demência à medida que envelhecem
Embora os casos de demência aumentem com o avançar da idade em toda a população dos Estados Unidos, pessoas com 75 anos ou mais que vivem com HIV apresentam maior prevalência da doença em comparação com o público em geral. Essa foi a principal conclusão de um estudo conduzido por Xiaoying Yu, da Universidade do Texas, e publicado, em 1° de junho de 2023, no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome.
De 2007 a 2019, os pesquisadores analisaram dados, disponibilizados pelos governos de todos os 50 estados norte-americanos, de mais de 87 mil pessoas com HIV e mais de um milhão de indivíduos sem o vírus. A pesquisa foi majoritariamente com o público feminino (56%) e havia mais homens vivendo com HIV do que homens sem o vírus (66% contra 44%). Entre as pessoas com HIV, a média de idade era de 73 anos no início do estudo.
Ao ajustar dados demográficos e comorbidades, houve pouca diferença na incidência da demência entre os homens que viviam com ou sem HIV nas faixas etárias mais jovens, assim como permaneceu semelhante para os que viviam com ou sem HIV nas faixas etárias de 65 a 69 anos (4%) e 70 a 74 anos (5%).
Na faixa de 75 a 79 anos, surgiu uma pequena lacuna, mostrando uma incidência de demência em homens sem HIV e homens que viviam com o vírus, de 8% e 10%, respectivamente. Acima dos 80 anos, essa diferença aumentou significativamente, apontando uma prevalência em homens sem HIV e indivíduos com o vírus de 20% e 30%, respectivamente.
Para mulheres que viviam com HIV, em comparação com as que não viviam com o vírus, o aumento da incidência de demência foi ainda mais proeminente nas categorias de idades mais avançadas. Na faixa de 75 a 79 anos, 8% das mulheres sem HIV foram diagnosticadas com demência contra 12% daquelas com o vírus. Acima dos 80 anos, 25% das mulheres sem HIV desenvolveram demência contra 40% das que viviam com o vírus.
Os autores defendem que a triagem para demência seja parte obrigatória dos cuidados de rotina no atendimento às pessoas mais velhas que vivem com HIV.
Fonte: site do Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome, de 1° de junho de 2023.