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Pessoas vivendo com HIV correm risco maior de morte por suicídio, acidente, violência e uso de substâncias

De acordo com pesquisa conduzida por Erich Tusch, da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, o risco de morte por suicídio, uso de substâncias químicas, acidente e violência continua maior entre pessoas vivendo com HIV do que na população em geral. A análise foi publicada na revista AIDS, em 29 de novembro de 2022.

O estudo analisou dados retirados do EuroSIDA, relatório que contemplou um conjunto de informações clínicas, demográficas e terapêuticas sobre mais de 23 mil pessoas vivendo com HIV, todas maiores de 18 anos e residentes no continente europeu, em Israel e na Argentina. A equipe se concentrou em participantes que foram acompanhados ao menos uma vez, por meio de visitas clínicas registradas ou contagem de CD4/carga viral, de 2007 a 2019. A amostra totalizou 17.881 voluntários.

A taxa geral de mortalidade foi de 121 mortes por 10 mil pessoas/ano de acompanhamento. O uso de substâncias representou 5% das cercas de 1.800 mortes ocorridas nesse período;  violência/acidente e suicídio foram responsáveis por 3% e 2%, respectivamente. A taxa de suicídio foi de 2,7 por 10 mil pessoas/ano de acompanhamento.

Os pesquisadores concluíram que os homens que viviam com HIV tinham o dobro do risco de morte por violência ou acidente do que as mulheres. Além disso, os participantes que adquiriram o vírus por meio de drogas injetáveis tinham uma chance consideravelmente maior de morte por violência, acidente ou uso de substâncias do que as pessoas que foram infectadas de outra maneira.

Mais um dado importante: aqueles que contraíram o vírus por meio de drogas injetáveis apresentavam quase o dobro do risco de morte por violência ou acidente do que os homens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens não usuários de substâncias da amostra.

A análise também revelou diferenças geográficas. As pessoas que viviam com HIV na Europa Oriental tiveram um risco mais elevado de morte por violência, acidente ou uso de substâncias, provavelmente devido às altas taxas de uso de drogas injetáveis na região. O número de mortes por suicídio entre pessoas vivendo com HIV na Europa, Israel e Argentina foi menor quando comparado a um estudo anterior com pessoas que viviam com o vírus na França e na Suíça.

Os autores recomendam um foco maior na identificação e tratamento de problemas de saúde mental, que podem levar ao suicídio, entre pessoas vivendo com HIV. Sugerem que as unidades de saúde, durante o acompanhamento, priorizem os diagnósticos dos 12 meses posteriores ao resultado positivo de HIV.

Fonte: site da revista AIDS, de 29 de novembro, de 2022.

(https://journals.lww.com/aidsonline/Citation/2023/01010/Incidence_and_risk_factors_for_suicide,_death_due.16.aspx)