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ImPrEP investiga a conscientização sobre PrEP entre HSH da América Latina

A conscientização sobre a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na América Latina tem sido pouco efetiva. Pesquisas realizadas no Brasil, México e Peru destacam uma aceitação da PrEP de aproximadamente 65% por parte da população de gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH). Esse é um dos principais resultados de um estudo do projeto ImPrEP, conduzido por Ryan D. Assaf, da Universidade da Califórnia (EUA) e outros colaboradores*, e publicado, em 13 de agosto de 2022, na revista Plos One, que avaliou a associação entre o alto risco de infecção pelo HIV e a conscientização sobre a profilaxia nesses países.

O ensaio foi baseado na análise secundária de uma pesquisa realizada na internet, em plataformas de mídias sociais, de março a junho de 2018, no Brasil, México e Peru. Os participantes elegíveis eram HSH cisgêneros, maiores de 18 anos, com status de HIV negativo ou desconhecido e que forneceram consentimento informado.

Alto risco de infecção pelo HIV foi definido como dez ou mais pontos no Índice de Risco de HIV para HSH. Foram utilizados modelos de regressão multivariáveis de Poisson para calcular as Razões de Prevalência Ajustadas, testando a associação entre risco mais elevado de HIV e conscientização sobre a PrEP.

Após as exclusões, 19.457 voluntários participaram da análise. No Peru, 54,2% dos HSH foram classificados como de alto risco para o HIV, enquanto no Brasil e no México, esse índice ficou em 53,8% e 51,9%, respectivamente. Ter ensino médio completo, renda alta, fazer uso diário de aplicativos de redes sociais e utilizar substâncias químicas foram considerados fatores associados à conscientização sobre PrEP.

De acordo com os autores, o alto risco de infecção pelo HIV foi relacionado a uma maior conscientização sobre a profilaxia no Brasil. No entanto, essa associação foi fraca, indicando que o conhecimento de PrEP poderia ser fortalecido com novos esforços de prevenção. Nos outros dois países, os resultados foram considerados inconclusivos.

Intervenções para aumentar a conscientização sobre a profilaxia são fundamentais para sedimentar a sua aceitação e, consequentemente, prevenir novas infecções pelo HIV. Ainda segundo os autores, as plataformas de mídias sociais podem desempenhar um papel importante para se alcançar esses objetivos.

*Autores:

Ryan D. Assaf (1), Kelika A. Konda (2), Thiago S. Torres (3), Hamid Vega-Ramirez (4), Oliver A. Elorreaga (2), Dulce Diaz-Sosa (4), Steven D. Diaz (5), Cristina Pimenta (6), Rebeca Robles (4), Maria Elena Medina-Mora (4), Beatriz Grinsztejn (3), Carlos Cáceres (2) e Valdiléa Veloso (3).

(1) University of California Los Angeles, Los Angeles, CA, Estados Unidos

(2) Centro de InvestigaçãoInterdisciplinar em Sexualidade, Aids e Sociedade, Universidade Peruana Cayetano Heredia, Lima, Peru,

(3) Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas/Fiocruz, Rio de Janeiro, Brazil,

(4) Instituto Nacional dePsiquiatria Ramon de la Fuente Muñiz, Cidade do México, México,

(5) Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA México) da Cidade do México, Cidade do México, México,

(6) Ministério da Saúde Brasília, Brasil

Fonte: site da Plos One, de 13 de agosto, de 2022.

(https://journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0255557#:~:text=Gay%2C%20bisexual%2C%20and%20other%20men,the%20general%20population%20%5B14%5D)