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Ganho de peso na gravidez de mulheres que vivem com HIV é associado à combinação de TAF e inibidor da integrase

Estudo conduzido, de 2011 a 2019, por pesquisadores da Emory University, em Atlanta, nos Estados Unidos, aponta que mulheres que vivem com HIV têm maior probabilidade de ganhar peso excessivo durante a gravidez se tomarem uma combinação antirretroviral contendo tenofoviral afenamida (TAF) e um inibidor da integrase, como, por exemplo, o dolutegravir. O trabalho foi  publicado em dezembro de 2021, na revista Clinical Infections Diseases.

As participantes do estudo eram predominantemente negras e não hispânicas (80%), com idade média de 28 anos na época da gravidez. Setenta e cinco por cento já haviam dado à luz anteriormente. A maioria foi classificada com sobrepeso ou obesidade (66%) antes de ficar grávida.

Quase metade (47%) não iniciou a terapia antirretroviral (TARV) antes da concepção e metade não iniciou o pré-natal antes do primeiro trimestre da gravidez. Quarenta por cento tinham carga viral indetectável na primeira consulta e 81% apresentavam contagem de CD4 acima de 200 células mm3.

Das 303 mulheres que tomaram a TARV durante a gravidez, 38 usaram um inibidor da integrase com TAF e 51 um inibidor da integrase sem TAF. Pouco menos da metade (149) tomou tenofovir disoproxil fumarato (TDF), a formulação clássica do tenofovir. Vinte e nove por cento das participantes experimentaram ganho de peso gestacional excessivo, que ocorreu com mais frequência em mulheres que tomaram TAF e um inibidor da integrase (53%) e menos nas que não tomaram um inibidor da integrase (24%).

No que diz respeito apenas ao grupo de mulheres obesas antes da gravidez, 71% das que tomaram TAF e um inibidor da integrase tiveram ganho de peso excessivo, em comparação com 35% que tomaram um inibidor da integrase sem TAF e 28% que não tomaram um inibidor da integrase.

Também foi analisado o risco de ganho de peso excessivo em mulheres que usaram TDF. De acordo com os pesquisadores, ao contrário do que aconteceu com o TAF, mulheres que usaram esse medicamento tiveram um risco 36% menor de elevação excessiva do peso.

O ganho de peso substancial pode aumentar o risco de diabetes, doenças cardíacas e alguns tipos de câncer.

Fonte: site da Clinical Infections Diseases, de 27 de dezembro de 2021.

(https://academic.oup.com/cid/advance-article-abstract/doi/10.1093/cid/ciab994/6448917?redirectedFrom=fulltext)