Preferências de terapia antirretroviral entre homens sem residência fixa no Malauí
Medicamentos antirretrovirais injetáveis de longa duração são tão eficazes quanto a terapia antirretroviral oral diária e oferecerem dosagens mais discretas e menos frequentes. Estudo publicado, em 2 de dezembro de 2024, no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome, investigou as preferências por antirretrovirais entre homens que vivem com HIV, sem residência fixa, no Malauí. O ensaio foi conduzido por Marguerite Thorpe, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores.
Os investigadores realizaram, de junho a agosto de 2022, reuniões e entrevistas com 129 homens cisgênero que viviam com HIV, sem residência fixa, por meio de 24 unidades de saúde pública do Malauí. Nenhum deles informou o uso regular de medicamentos antirretrovirais no momento da inclusão na análise.
Os participantes tinham, em média, 36 anos de idade, e relataram cerca de 28 noites passadas na rua nos três meses anteriores ao estudo. Todos receberam informações relativas à terapia antirretroviral injetável de longa duração, baseada no cabotegravir associado à rilpivirina, e à terapia antirretroviral oral, realizada por meio de comprimidos diários.
No total, 126 voluntários expressaram preferência pela injetável de longa duração. Os principais motivos foram a diminuição do risco de esquecimento da hora de tomar o medicamento e a não divulgação, por meio da presença dos comprimidos, do status de HIV. Os três homens que escolheram a terapia oral diária alegaram ter medo de injeções.
Os autores celebraram a opção da maioria dos homens sem residência fixa pela terapia antirretroviral injetável de longa duração e destacaram que novas pesquisas são necessárias para entender melhor os desafios da implementação do cabotegravir injetável entre as populações de difícil acesso no Malauí.
Fonte: site do Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome, de 2 de dezembro, de 2024.