HIV, IST e Outros

Benefícios da terapia antirretroviral injetável entre populações vulneráveis dos EUA

Estudo conduzido por Katerina Christopoulos, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, investigou as perspectivas relacionadas à terapia antirretroviral injetável de longa duração, baseada no cabotegravir associado à rilpivirina, entre populações vulneráveis norte-americanas. A análise foi publicada, em 20 de novembro de 2024, no Journal of the International AIDS Society.

De agosto de 2022 a maio de 2023, foram realizadas entrevistas qualitativas com 159 pessoas que viviam com HIV e frequentavam três clínicas localizadas nas cidades de São Francisco, Atlanta e Chicago. O critério de elegibilidade para o estudo era a utilização da terapia antirretroviral injetável, com o recebimento de pelo menos três aplicações do medicamento.

No total, 68% dos participantes se identificaram como minorias étnicas/raciais, 29% estavam morando nas ruas ou possuíam moradia instável, 20% relataram o uso de drogas ilícitas e 12% eram mulheres transgênero. A média de idade da amostra foi de 50 anos.

Todos os voluntários, exceto um que descontinuou o tratamento, apresentaram evidências de supressão viral. Os benefícios mais citados da terapia antirretroviral injetável foram conveniência, privacidade, liberdade e redução da ansiedade relativa ao esquecimento de tomar comprimidos. Os participantes também disseram ter experimentado uma melhora nos sentimentos de baixa autoestima e vergonha, tradicionalmente relacionados ao tratamento oral diário.

Entre os aspectos negativos da terapia antirretroviral injetável, os mais citados foram dor no local da injeção, medo de efeitos colaterais e frequência das visitas clínicas. Entretanto, a maioria afirmou que os vários benefícios do tratamento superavam os possíveis “fardos”.

Segundo os autores, a terapia antirretroviral injetável oferece uma gama de benefícios logísticos, psicossociais e de engajamento nos cuidados de saúde. Ressaltam que as descobertas dessa pesquisa devem auxiliar no aconselhamento e no acompanhamento do paciente durante todas as etapas do tratamento do HIV.

Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 20 de novembro de 2024.

(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jia2.26394)