Estudo investiga a implementação da PrEP injetável em população de baixa renda
Apesar de possuir um grande potencial para expandir a aceitação da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV, a modalidade injetável de longa duração, baseada no cabotegravir (CAB-LA), ainda precisa ser difundida entre as populações mais vulneráveis.
Estudo conduzido por Megan Heise, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, Estados Unidos, e outros pesquisadores, examinou a implementação da PrEP injetável entre pessoas de baixa renda. O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 5ª Conferência de Pesquisa em Prevenção do HIV (HIVR4P 2024), realizada, de 6 a 10 de outubro, em Lima, Peru.
A análise incluiu, de março de 2022 a março de 2024, 196 pacientes que frequentavam clínicas de atenção primária do Departamento de Saúde Pública de São Francisco. A PrEP injetável, aplicada no primeiro dia da inclusão, foi oferecida a todos os participantes que apresentassem um diagnóstico negativo de HIV, obtido por meio de teste rápido realizado no local.
No total, 64% dos voluntários eram homens cisgênero, 16% mulheres cisgênero, 10% pessoas de gênero não binário e 10% mulheres transgênero. Aproximadamente um terço (33%) era de hispânicos, 38% brancos, 14% negros, 7% asiáticos e 8% pertenciam a outras raças/etnias. A média de idade da amostra foi de 37,6 anos.
A maior parte das injeções de CAB-LA (85%) foram pontuais – definidas como aquelas aplicadas no período compreendido entre sete dias antes e sete dias depois da data-alvo estabelecida pelos serviços – e não uma houve diferença significativa na proporção de injeções pontuais por idade, gênero ou raça. A adesão à PrEP injetável foi de 84,8% nos primeiros seis meses da análise.
Ter uma idade mais avançada foi um fator positivamente associado à adesão à profilaxia. Homens cis registraram maior retenção quando comparados com as mulheres trans, e as pessoas não binárias apresentaram maior retenção em comparação com as mulheres cis. Cerca de 10% dos voluntários também receberam prescrições para a profilaxia pós-exposição (PEP) às infecções sexualmente transmissíveis com doxiciclina (DoxyPEP). Não ocorreram soroconversões durante o estudo.
Segundo os autores, os resultados da pesquisa evidenciam o potencial da PrEP injetável para expandir a oferta da profilaxia em locais de baixa renda. Eles afirmam que será necessário um suporte adicional, como o gerenciamento de casos, para melhor garantir a adesão de mulheres cis e trans ao CAB-LA.
Fonte: site do HIVR4P 2024, de 8 de outubro de 2024.
(https://programme2024.hivr4p.org/Abstract/Abstract/?abstractid=317)