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O interesse pela PrEP entre mulheres norte-americanas

Apesar de 19% dos casos de HIV nos Estados Unidos serem registrados em mulheres, essa população sempre foi minoria entre os usuários da profilaxia pré-exposição (PrEP) no país. Visando contribuir para a melhor aceitação do medicamento, estudo conduzido por Morgan Philbin, da Universidade de Toronto, no Canadá, e outros pesquisadores, examinou as preferências de PrEP entre as mulheres norte-americanas. O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 25ª Conferência Internacional sobre AIDS (AIDS 2024), realizada, de 22 a 26 de julho, em Munique, na Alemanha.

Os autores do trabalho conduziram, de outubro de 2020 a novembro de 2021, uma análise transversal com 481 mulheres, HIV negativas, residentes em sete cidades dos Estados Unidos (Atlanta, Birminghan, Nova York, Chicago, Miami, São Francisco e Washington). No total, 73% se identificaram como negras ou pardas, 83% eram lésbicas ou bissexuais e 51% preenchiam os critérios do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) de indicação para PrEP. A média de idade da amostra foi de 52 anos.

Vinte e um por cento das voluntárias estavam definitivamente/provavelmente dispostas a utilizar a profilaxia. Quando solicitadas a escolher por uma modalidade de PrEP, 20% indicaram a oral, 37% a injetável e as demais demonstraram indecisão. Participantes negras não hispânicas estavam mais dispostas a tomar a modalidade injetável quando comparadas com as brancas, enquanto as lésbicas ou bissexuais mostraram maior disposição de usar a PrEP oral do que as heterossexuais.

Sintomas depressivos e outros transtornos mentais foram fortemente associados à disposição de utilizar a PrEP injetável. As voluntárias que relataram preferência pela modalidade oral eram mais propensas a possuir seguro saúde e ter maior percepção do risco de infecção pelo HIV.

De acordo com os autores, as participantes do estudo mostraram baixo interesse na PrEP, seja na modalidade oral ou injetável. Eles destacam que novas estratégias de implementação da profilaxia devem ser projetadas nos Estados Unidos para que o acesso ao medicamento seja otimizado, equitativo e adaptado à escolha das mulheres.

Fonte: site da AIDS 2024, de 24 de julho de 2024.

(https://programme.aids2024.org/Abstract/Abstract/?abstractid=2321)