Estudo aponta que pessoas com deficiência possuem menos conhecimento sobre o HIV
Homens e mulheres com deficiência têm menor probabilidade de possuir conhecimento abrangente sobre a prevenção do HIV. Essa foi a principal conclusão de um grande estudo conduzido por Sara Rotenberg, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, no Reino Unido, e outros pesquisadores. O ensaio foi publicado, em 10 de julho de 2024, no Journal of the International AIDS Society.
O estudo incluiu, de 2017 a 2023, 513.252 participantes de 37 países. Cerca de 5% (24.695) apresentavam algum tipo de deficiência. A maioria era do sexo feminino (80%) e 60% viviam em áreas rurais. Os deficientes foram definidos como aqueles que responderam “não conseguirem fazer nada” ou terem “muita dificuldade” em exercer atividades como ver, ouvir, andar, se concentrar, se comunicar ou cuidar de si mesmo.
Os pesquisadores compararam os seguintes indicadores acerca do HIV entre pessoas com e sem deficiência: conhecimento abrangente sobre prevenção, conhecimento de onde fazer o teste, conhecimento sobre transmissão vertical, já ter feito o teste em pelo menos uma ocasião e ter realizado o teste no ano anterior.
Tanto as mulheres quanto os homens com deficiência tinham conhecimento significativamente menor sobre prevenção do HIV do que as mulheres e os homens sem deficiência. Mulheres com deficiência possuíam menos informações sobre a transmissão vertical do vírus em comparação com as sem deficiência.
Mulheres com deficiência tinham menor probabilidade de terem feito o teste de HIV pelo menos uma vez na vida quando comparadas às sem deficiência. Entre os homens com e sem deficiência, não foi registrada diferença acentuada nas taxas de realização de testes (exceto em Fiji).
Quanto à realização do teste de HIV no ano anterior, as mulheres com deficiência apresentaram menos chances em comparação com as sem deficiência. Não houve disparidades de testes recentes entre homens com ou sem deficiência.
Segundo os autores, os países devem priorizar o acesso à educação sexual e aos serviços de HIV para as pessoas com deficiência. Ressaltam que capacitar os profissionais de saúde e garantir que as informações sobre o vírus também estejam disponíveis em formatos acessíveis podem melhorar a qualidade dos serviços ofertados.
Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 10 de julho de 2024.
(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jia2.26239?af=R)