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O uso da PrEP entre homens transgêneros norte-americanos

Esforços para melhorar a aceitação da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens e mulheres transgênero são evidentes nos Estados Unidos, em resposta a dados epidemiológicos que mostram uma carga desproporcional de infecções pelo vírus nessas populações. No entanto, homens trans são frequentemente excluídos dessas estatísticas.

Estudo conduzido por Pedro Carneiro, da Escola de Pós-Graduação em Saúde Pública e Política de Saúde de Nova York, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, procurou diminuir a a lacuna existente, investigando a utilização da PrEP entre homens trans norte-americanos. A análise foi publicada, em 15 de julho de 2024, no Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome.

De 2020 a 2023, os pesquisadores utilizaram dados de um estudo nacional realizado com 196 homens trans não usuários da profilaxia, com a maioria tendo de 30 a 39 anos (45%). Foram analisadas a adesão e uma possível descontinuidade da PrEP. Modelagens de equações de estimativas generalizadas serviram para avaliar fatores demográficos, de acesso à assistência médica e comportamentais, associados à adoção da profilaxia durante todo o período de acompanhamento.

A amostra era demográfica e regionalmente diversa. No total, 56 voluntários (29%) relataram uma adesão adequada à PrEP no decorrer dos primeiros 24 meses. Porém, cerca de um terço desses participantes optou por descontinuar o uso da profilaxia nos doze meses seguintes.

Possuir seguro saúde, ter realizado cirurgia de redesignação sexual, já ter utilizado a PrEP no passado, apresentar um diagnóstico anterior de alguma infecção sexualmente transmissível ou ser mais velho foram os principais fatores associados a maiores chances de uso da profilaxia.

Entre os resultados, o estudo mostrou baixa aceitação da PrEP e altas taxas de descontinuidade no uso do medicamento entre homens trans norte-americanos. Os autores afirmam ser fundamental aumentar esforços e investimentos para dar o suporte necessário a essa população tradicionalmente negligenciada.

Fonte: site do Journal of Acquired Immune Deficiency Syndrome, de 15 de julho de 2024.

(https://journals.lww.com/jaids/abstract/9900/prep_use_in_a_u_s__national_sample_of_trans_men.472.aspx?__cf_chl_tk=rBUQgHduE0rmtPE_GsBraio3OSsJmgCIb6jGaOKM6sE-1725249377-0.0.1.1-10281)