Pessoas com HIV têm maior probabilidade de apresentar problemas cardiovasculares
De acordo com os resultados apresentados por um grande estudo conduzido por Michael Silverberg, da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, pessoas que vivem com HIV possuem mais chances de desenvolver um evento cardiovascular grave (ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral) do que os indivíduos sem o vírus. O trabalho foi publicado em 16 de janeiro de 2024 na revista Clinical Infectious Diseases.
Um total de 235.885 norte-americanos (227.600 HIV negativos e 8.285 que viviam com o vírus) foi inscrito na análise, realizada de maio de 2013 a novembro de 2017. A média de idade dos participantes era de 47 anos, pouco mais da metade pertencia ao sexo masculino, 55% eram brancos não hispânicos, 15% negros não hispânicos e 19% hispânicos.
Os indivíduos que viviam com HIV tinham menor probabilidade de ter excesso de peso (59% contra 78%) e maior chance de apresentar um diagnóstico de depressão (31% contra 12%), de relatar consumo excessivo de álcool (10% contra 6%) e de fumar (9% contra 7%).
Durante todo o período de acompanhamento do estudo, no geral os voluntários com HIV apresentaram quase 20% mais chances de um evento cardiovascular grave em comparação com os que viviam sem o vírus. Os riscos foram semelhantes para ataque cardíaco e acidente vascular cerebral.
Entre os que possuíam taxas de colesterol e triglicerídeos controladas, não foi registrada uma diferença significativa no risco de um evento cardiovascular grave, independentemente do status sorológico. No entanto, os participantes que viviam com o vírus e foram diagnosticados com hipertensão tiveram 24% mais chances de sofrer um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral do que aqueles que eram também hipertensos mas HIV negativos.
O estudo aponta que pacientes que vivem com HIV necessitam de um monitoramento cardíaco mais frequente do que as pessoas HIV negativas. Além disso, os autores afirmam que novas pesquisas são necessárias para que possíveis fatores de risco para eventos cardiovasculares graves, como álcool e tabaco, possam ser investigados de forma mais detalhada.
Fonte: site da Clinical Infectious Diseases, de 16 de janeiro de 2024.