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Mulheres que vivem com HIV e câncer anal registram maior taxa de mortalidade

As pessoas que vivem com HIV e câncer anal, em especial as mulheres, apresentam uma taxa de mortalidade mais elevada quando comparadas com aquelas que vivem com câncer anal mas sem o vírus. Essa foi a principal conclusão de um estudo realizado por Jaimie Shing, do Instituto Nacional do Câncer, localizado em Rockville, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, e publicado, em 8 de dezembro de 2023, na revista The Lancet HIV.

De dezembro de 2001 a dezembro 2019, 24.426 pessoas, de 13 estados norte-americanos, todas com diagnóstico de câncer anal, foram incluídas no estudo. Dessas, 2.662 viviam com HIV. A média de idade dos participantes era de 47 anos.

Os participantes que viviam com HIV e as pessoas sem o vírus diferiam em vários aspectos. Os indivíduos com HIV eram em sua maioria homens (85% contra 35%), com menos de 60 anos (87% contra 49%), negros (37% contra 12%) e hispânicos (21% contra 10%). Além disso, tinham uma probabilidade ligeiramente menor de se submeterem ao tratamento quimioterápico ou de realizarem cirurgia para retirada do câncer anal.

Durante o período de acompanhamento, 43% das pessoas que viviam com o vírus e 35% dos voluntários HIV negativos morreram por causas variadas – as mortes foram 66% maior entre as mulheres que viviam com HIV em comparação com aquelas sem o vírus e 35% maior em homens que viviam com o vírus quando comparados com indivíduos HIV negativos.

Considerando somente as mortes em decorrência dos efeitos do câncer anal, a taxa de mortalidade foi 52% maior nas mulheres com HIV em comparação com aquelas sem o vírus. Não foi registrada diferença substancial de mortes por câncer anal entre homens que vivam com ou sem HIV.

Os autores afirmam que uma maior conscientização sobre a necessidade de se rastrear o câncer anal em gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens pode explicar a diferença na taxa de mortalidade entre os públicos masculino e feminino. Dizem, também, que novos dados relativos aos efeitos desse rastreamento serão importantes para a realização de outros estudos sobre o tema.

Fonte: site da revista The Lancet HIV, de 8 de dezembro de 2023.

(https://www.thelancet.com/journals/lanhiv/article/PIIS2352-3018(23)00257-6/fulltext)