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Crianças expostas ao HIV podem apresentar pior desempenho escolar

Diversos ensaios clínicos já relataram um risco maior de neurodesenvolvimento abaixo do ideal entre crianças expostas, mas não infectadas pelo HIV, em comparação com crianças não expostas e não infectadas pelo vírus. Um estudo, liderado por Kathleen Powis, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, nos Estados Unidos, ratificou as descobertas anteriores. A análise foi publicada, em 1° de dezembro de 2023, no Journal of the International AIDS Society.

De abril de 2021 a dezembro de 2022, 398 crianças de Botswana, no continente africano, entre sete e 14 anos de idade, participaram da pesquisa, das quais 307 (77%) foram expostas, mas não infectadas pelo HIV. A média de idade era de 9,4 anos. Apenas 17,9% das crianças expostas, mas não infectadas pelo vírus, haviam sido amamentadas, em comparação com 100% das não expostas e não infectadas.

Entre as participantes expostas, mas não infectadas pelo HIV, 80,3% tiveram exposição fetal à terapia antirretroviral com três medicamentos e 18,7% foram expostas a apenas uma substância: a zidovudina. Somente três crianças (1%) não tiveram nenhum tipo de exposição antirretroviral.

Nas análises iniciais dos pesquisadores, as crianças expostas, mas não infectadas pelo HIV, eram mais propensas a apresentarem um desempenho escolar significativamente inferior em comparação com as não expostas e não infectadas, especialmente em matemática, ciências e língua inglesa. A associação foi levemente atenuada após ajuste para escolaridade materna, renda do cuidador, amamentação, peso no nascimento e sexo da criança.

De acordo com os autores, são necessários novos estudos para o desenvolvimento de ferramentas de triagem que facilitem a identificação do risco de mau desempenho acadêmico em crianças e ajudem a mitigá-lo.

Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 1° de dezembro de 2023.

(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/jia2.26165)