2023 Notícias

Transtornos mentais e uso perigoso de substâncias em pessoas com HIV

Estudo conduzido por Melissa Stockton, da Universidade de Colúmbia, em Nova York, nos Estados Unidos, e demais colaboradores*, investigou as perturbações mentais comuns e o uso considerado perigoso de substâncias entre pessoas que vivem com HIV em países de baixa e média renda. A pesquisa foi apresentada, em forma de pôster, na 23ª Conferência da International AIDS Society sobre Ciência do HIV (IAS 2023), realizada de 23 a 26 de julho, em Brisbane, na Austrália.

Foram analisadas informações de uma coorte do Banco de Dados Epidemiológicos Internacional para Avaliar a Aids. Os participantes eram pessoas maiores de 40 anos, em uso da terapia antirretroviral, de oito clínicas de HIV localizadas no Brasil, Costa do Marfim, Índia, México, Quênia, Ruanda, Zâmbia e Zimbábue. Os pesquisadores estimaram a prevalência do uso perigoso de álcool e do uso perigoso de drogas, além de sintomas de depressão/ansiedade e de transtorno de estresse pós-traumático.

Dos 2.074 pesquisados, a prevalência de uso perigoso de álcool e de uso perigoso de drogas foi de 20% e 4%, respectivamente. A prevalência de uso perigoso de substâncias e de sintomas de perturbações mentais comuns variou de acordo com sexo, idade, estado civil, escolaridade, renda e características dos cuidados com o HIV. A prevalência de sintomas depressivos foi maior entre as mulheres, enquanto a prevalência de uso perigoso de álcool foi mais elevada entre os homens.

Segundo os autores, é urgente a realização de exames de rotina para a identificação de perturbações mentais comuns e o uso perigoso de substâncias entre pessoas que vivem com HIV em países de baixa e média renda. Os grupos considerados socialmente mais vulneráveis devem ser priorizados.

*Autores:

Melissa Stockton (1), Kathryn Lancaster (2), C. Bernard (3), Tukiya Kanguya (4), Edith Kwobah (5), Brenda Crabtree-Ramírez (6), Gad Murenzi (7), Jeremy Ross (8), A. Minga (9), Mpho Tlali (10), Suzanne Goodrich (11), Hugo Perazzo (12), Charles Ingabire (7), S. Nimkar (13) e Angela Parcesepe (14) 

 (1)Universidade de Colúmbia, Nova York, EUA 

(2)Universidade do Estado de Ohio, Columbus, EUA 

(3)Universidade de Bordeaux, Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica, Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento Sustentável, Centro de Pesquisa de Saúde Populacional Bordeaux, Bordéus, França, 

(4)Centro de Investigação de Doenças Infecciosas na Zâmbia, Lusaka, Zâmbia 

(5)Hospital Moi Teaching and Referral, Eldoret, Quênia 

(6)Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição, Cidade do México, México 

(7)Pesquisa para Desenvolvimento (RD Ruanda) e Hospital Militar de Ruanda, Kigali, Ruanda, 

(8)Treat Asia/amfAR – Fundação de Pesquisa em Aids, Bangkok, Tailândia 

(9)Centro Médico de Suivi des Donneurs de Sang/CNTS-CI, Abidjan, Cote D’Ivoire 

(10)Universidade da Cidade do Cabo, Centro de Pesquisa e Epidemiologia para Doenças Infecciosas, Cidade do Cabo, África do Sul 

(11)Universidade de Indiana, Escola de Medicina, Indianápolis, EUA 

(12)Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil 

(13)Byramjee Jeejeebhoy Government Medical Faculdade – Local de Pesquisa Clínica da Universidade Johns Hopkins, Pune, Índia 

(14)Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, Chapel Hill, EUA