HIV, IST e Outros

Confirmada a eficácia da terapia dupla baseada no dolutegravir no enfrentamento ao HIV

A edição de 1° de abril de 2023 da revista AIDS traz importantes resultados sobre estudo que aponta que um regime antirretroviral de dois medicamentos (chamado de terapia dupla), baseado no dolutegravir, tem eficácia similar a tratamentos alternativos ou que combinam três medicamentos diferentes.  A análise foi conduzida por Conor Bowman, do Royal Free Hospital, em Londres, no Reino Unido.

A pesquisa, realizada de 2015 a 2021, investigou dados eletrônicos de pacientes adultos, residentes na Inglaterra, que tomavam esquemas diversos ou de dois medicamentos à base de dolutegravir no enfrentamento ao HIV. Das 3.133 pessoas inicialmente monitoradas, 620 (20%) recebiam prescrição de terapia dupla, das quais 561 possuíam informações suficientes para ingressar no estudo.

Entre os participantes em terapia dupla incluídos, 83% usavam dolutegravir e lamivudina, 13% dolutegravir e rilpivirina e 3% dolutegravir e emtricitabina – essa última combinação jamais havia sido estudada como um regime de apenas duas substâncias.

Antes de receberem a terapia dupla, 98% dos voluntários já estavam em terapia antirretroviral e apenas nove pessoas nunca tinham tomado um medicamento anti-HIV. A maioria das trocas (83%) ocorreu de um esquema de três medicamentos e quase 17% mudaram de um tratamento alternativo de duas substâncias (sem dolutegravir). Um número ínfimo de indivíduos estava em monoterapia. Cerca de 20% dos regimes de três medicamentos já continham o dolutegravir entre as substâncias utilizadas.

Das pessoas que continuaram ou mudaram para a terapia dupla, 99% apresentaram (atingindo ou mantendo) supressão viral após um período de acompanhamento de 12 meses. Todos os nove participantes que nunca haviam feito uso da terapia antirretroviral iniciaram um regime de duas substâncias à base de dolutegravir e também tiveram o vírus suprimido.

No total, 70 indivíduos (12,5%) interromperam a terapia dupla em algum momento da pesquisa. Cinquenta e nove o fizeram devido a efeitos colaterais e 11 por causa de falhas no tratamento. Os efeitos colaterais mais comuns entre os que descontinuaram foram problemas neuropsiquiátricos (48%) e ganho acelerado de peso (17%).

Fonte: site da revista AIDS, de 1° de abril de 2023.

(https://journals.lww.com/aidsonline/Abstract/2023/04010/Real_world_use_of_dolutegravir_two_drug_regimens.10.aspx)