Estudo liderado por Denton Callander, da Universidade de New South Wales, em Sydney, na Austrália, aponta que o aumento no número de gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) em uso da terapia antirretroviral (TARV) ou da profilaxia pré-exposição (PrEP) resultou em melhores índices ligados ao panorama do HIV no país. A pesquisa foi publicada, em 14 de abril de 2023, na revista The Lancet HIV.

O estudo examinou mudanças no status de HIV, adesão à TARV, uso de PrEP e supressão viral em HSH que recebiam serviços de saúde em 69 clínicas de HIV nas cidades de New South Wales e Victoria. O período de acompanhamento foi de 2010 a 2019.

Uma análise primária observou a incidência de HIV em participantes que realizaram o teste pelo menos duas vezes e que não tinham o vírus na primeira testagem. Essa coorte compreendeu 59.234 voluntários, dos quais 20% foram diagnosticados com HIV, resultando em uma incidência de 0,4 casos por 100 pessoas-ano de acompanhamento. A incidência diminuiu 66% entre 2010 e 2019. O maior declínio (87%) foi entre homens de 30 a 39 anos.

Entre os participantes sem o vírus, o número de usuários de PrEP aumentou de 17% em 2016 (ano da introdução do medicamento na Austrália) para 36% em 2019. A repetição do teste de HIV também cresceu durante o estudo. Os pesquisadores calcularam que a prevalência do vírus não diagnosticado caiu de 11% em 2010 para 9% em 2019.

Também foi calculada a prevalência de supressão viral. Essa coorte compreendeu 12.554 voluntários que viviam com HIV no início do estudo ou adquiriram o vírus durante o período de acompanhamento, tendo feito pelo menos um teste de carga viral após o diagnóstico positivo. A proporção de homens com supressão viral aumentou de 69% em 2010 para 88% em 2019, um crescimento de 26%. Vale ressaltar que, no mesmo período, também cresceu o número de participantes que usavam medicamentos: 27%.

Os autores afirmam que o aumento das coberturas de TARV e PrEP entre os HSH australianos reflete os esforços conjuntos de clínicas e organizações comunitárias para tornar os serviços de HIV mais acessíveis. Campanhas educacionais, veiculadas principalmente na internet, também foram consideradas ações exitosas.

Fonte: site da revista The Lancet HIV, de 14 de abril de 2023.

(https://www.thelancet.com/journals/lanhiv/article/PIIS2352-3018(23)00050-4/fulltext#%20)