Protocolo do ImPrEP CAB Brasil é publicado em JMIR Public Health and Surveillance
O ImPrEP CAB Brasil é um estudo de implementação da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV com o cabotegravir injetável de longa duração (CAB-LA), coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, do Rio de Janeiro, com previsão de entrada em operação ainda em 2023. O protocolo do estudo foi publicado em artigo assinado por sua pesquisadora principal, Beatriz Grinsztejn, e por outros colaboradores do Grupo de Estudos ImPrEP CAB Brasil* no periódico JMIR Public Health and Surveillance, na edição de abril passado.
Recentemente, o estudo HPTN 083 testou e comprovou a eficácia do CAB-LA em comparação com a PrEP oral no Brasil e em outros sete países ao redor do mundo. Após o sucesso desses resultados, o ImPrEP CAB Brasil buscará gerar dados consistentes para fundamentar programas de implementação do cabotegravir injetável de longa duração em políticas públicas de saúde no país.
Outro ponto importante do estudo será avaliar a relevância de uma ferramenta de intervenção digital para serviços de aconselhamento e orientação sobre modalidades de PrEP, e de um lembrete via WhatsApp para as visitas de acompanhamento.
O estudo contará com 1.200 jovens, entre 18 e 30 anos, de minorias sexuais e de gênero (gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, travestis, pessoas trans e não-bináries) de seis cidades brasileiras (Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Salvador, Florianópolis e Campinas), que nunca tenham feito uso de PrEP. O objetivo é que o CAB-LA seja oferecido como uma das alternativas da profilaxia, para que os usuários possam optar pela modalidade oral ou injetável, a partir dos critérios estabelecidos. Espera-se, com isso, alcançar populações-chave para quem a PrEP é indicada, mas que não se adaptam ao seu uso oral.
Em outubro de 2022, a PrEP oral foi oferecida em 566 locais no Brasil para cerca de 47 mil indivíduos, número que se encontra abaixo do esperado, especialmente pelo fato de ter havido um aumento recente de novas infecções de HIV entre a população mais jovem e de minorias sexuais e de gênero no país. Ampliar o acesso a diferentes modalidades é um importante passo para vencer possíveis barreiras à PrEP.
Link para o artigo: https://publichealth.jmir.org/2023/1/e44961
* Autores do artigo:
Beatriz Grinsztejn (1), Thiago Torres (1), Brenda Hoagland (1), Emilia Jalil (1), Ronaldo Moreira (1), Gabrielle O’Malley (2), Starley Shade (3), Marcos Benedetti (1), Julio Moreira (4), Keila Simpson (5), Cristina Pimenta (6) e Valdiléa Veloso (1), do Grupo de Estudos ImPrEP CAB Brasil.
(1) Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil
(2) Departamento de Saúde Global, Escola de Medicina e Saúde Pública, Universidade de Washington, Seattle, EUA
(3) Instituto de Ciências de Saúde Global, Departamento de Epidemiologia e Bioestatísticas, Universidade da Califórnia, São Francisco, EUA
(4) Grupo Arco-íris de Cidadania LGBT, Rio de Janeiro, Brasil
(5) Associação Nacional de Travestis e Transexuais, Salvador, Brasil
(6) Ministério da Saúde do Brasil, Brasília, Brasil