Pessoas com HIV com contagem de CD4 mais baixa têm risco aumentado de morte
Segundo estudo conduzido por Bogusz Aksak-Was, da Pomeranian Medical University, em Szczecin, na Polônia, pessoas que vivem com HIV e apresentam uma contagem de CD4 abaixo de 500 células/mm³, mesmo após o início da terapia antirretroviral (TARV), possuem um risco aumentado de morte. O ensaio foi publicado, em 16 de janeiro de 2023, na revista HIV Medicine.
Os dados foram coletados junto a 2.240 pacientes que frequentavam dois grandes hospitais poloneses, de 2019 a 2022, dos quais 1.727 permaneciam em TARV há mais de dez anos e foram incluídos na pesquisa. A maioria dos participantes era do sexo masculino (85%), com média de idade de 35 anos.
Em uma primeira análise, os pesquisadores consideraram uma contagem de CD4 acima de 500 células/mm³ como uma recuperação imune satisfatória. Em seguida, definiram uma contagem acima de 800 células/mm³ como uma recuperação imune completa.
No momento do início da TARV, quase 50% dos voluntários tinham uma contagem de CD4 abaixo de 300 células/mm³ e cerca de 25% apresentavam uma contagem abaixo de 100 células/mm³. No entanto, durante o período de acompanhamento, 85% atingiram uma contagem acima de 500 células/mm³, enquanto 48% alcançaram uma contagem acima de 800 células/mm³.
Entre as pessoas cuja contagem de CD4 atingiu 500 células/mm³, 98% estavam vivas após dez anos, em comparação com 91,1% daquelas com contagem mais baixa. Da mesma forma, 99% daqueles cuja contagem de CD4 alcançou 800 células/mm³ sobreviveram, contra 95,2% daqueles que não chegaram a essa marca. Os pesquisadores consideraram a diferença na mortalidade estatisticamente significativa em ambos os casos.
Os participantes que, em algum momento, tiveram a contagem de CD4 inferior a 200 células/mm³ apresentaram maior chance de mortalidade do que aqueles que mantiveram a contagem mais alta. Voluntários com idade mais avançada no momento do diagnóstico do HIV tiveram menos chance de sobrevivência. Surpreendentemente, ao contrário do que foi registrado em estudos anteriores, a carga viral na hora do diagnóstico não afetou no índice de mortalidade.
Os autores concluem que “a restauração imunológica continua sendo um fator poderoso para garantir a sobrevivência de pessoas que vivem com HIV, independentemente da velocidade de recuperação”.
Fonte: site da revista HIV Medicine, de 16 de janeiro de 2023.
(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/hiv.13391?af=R)