Infectologistas pedem que pessoas que vivem com HIV sejam priorizadas na vacinação contra a monkeypox
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) emitiu uma nota técnica em que recomenda a priorização de pessoas que vivem com HIV para a vacinação contra a monkeypox. No cenário do surto atual, em que o Brasil lidera o ranking do número de mortes provocadas pela doença, os especialistas alertam para um risco maior de hospitalizações e óbitos nessa população. De acordo com a atualização do Ministério da Saúde, realizada em 7 de novembro de 2022, foram registradas 11 mortes e 9.475 infecções no país.
“Nesse momento, devem ser priorizados os grupos com maior chance de adoecimento e internações. Dados mostram que os casos mais graves têm acometido, principalmente, pacientes que vivem com HIV, sendo esse grupo, também, o responsável pela maioria das mortes”, diz um trecho do documento da SBI.
A diretriz da entidade pede que pacientes que tenham uma contagem de CD4 abaixo de 350 células/mmᶾ sejam os primeiros a serem vacinados. Em seguida, viriam aqueles que, independentemente da contagem, não estivessem realizando o tratamento antirretroviral.
“Não sabemos ainda se o status de HIV positivo aumenta a possibilidade de infecção pela monkeypox, porém já se sabe que as pessoas que vivem com HIV e com imunocomprometimento severo correm um risco mais elevado de desenvolver quadros graves e óbitos”, afirmam os infectologistas.
O Ministério da Saúde, em consonância com a SBI, recomenda a imunização de pessoas que vivem com HIV e também de profissionais que atuem no atendimento de pacientes infectados com o vírus da monkeypox. Em outubro, como parte de um acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, o país recebeu lote com 9,8 mil doses da vacina.
Fonte: site de Agência Aids, de 7 de novembro de 2022.