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Amplo tratamento da hepatite C: declínio ou estabilização de reinfecção em pessoas vivendo com HIV

De acordo com estudo conduzido por Mark Stoove, do Instituto Burnet, em Melbourne, na Austrália, o acesso mais amplo a antivirais de ação direta foi acompanhado por um declínio ou estabilização nas taxas de reinfecção por hepatite C em pessoas que vivem com HIV. O trabalho foi apresentado na 24ª Conferência Internacional de AIDS (AIDS 2022), realizada em Montreal, Canadá, de 29 de julho a 2 de agosto.

Os pesquisadores analisaram dados de oito ensaios realizados em seis países (Austrália, Canadá, França, Holanda, Espanha e Suíça) de 2019 a 2020. Eles calcularam a incidência dos primeiros casos de reinfecção por hepatite C após tratamento induzido ou eliminação espontânea da doença em três períodos distintos para cada coorte: a fase anterior ao acesso ao antiviral de ação direta, a fase em que os antivirais estavam disponíveis de forma limitada e a fase em que os antivirais ficaram disponíveis sem restrições. Essas informações variaram entre os países, dependendo de diretrizes nacionais.

Um total de 6.195 pessoas com evidência virológica de eliminação da hepatite C e dados de acompanhamento subsequentes foi elegível para participar da análise. Cerca de 81% eram homens, 46% eram gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e 34% usavam drogas injetáveis. A idade média dos voluntários no momento da eliminação da doença era de 49 anos.

Ocorreram 790 reinfecções por hepatite C durante o acompanhamento. Na comparação com o período anterior ao acesso ao antiviral de ação direta, a incidência da doença foi 21% menor na fase de acesso limitado e 18% menor na fase de acesso amplo. A taxa de reinfecção caiu em todos os países, com exceção da Espanha, em que se manteve estável.

A incidência de reinfecção foi significativamente mais baixa (-54%) em pessoas que usavam drogas injetáveis, sugerindo que os esforços para prevenir a hepatite C devem se concentrar especialmente no público HSH.

Fonte: site de AIDS 2022, de 2 de agosto de 2022.

(https://programme.aids2022.org/Abstract/Abstract/?abstractid=4913)