HIV, IST e Outros

Diferenças na prevalência de diabetes tipo 2, por sexo, entre pessoas que vivem com HIV

Mulheres que vivem com HIV são significativamente mais propensas a serem diagnosticadas com diabetes tipo 2 do que homens e mulheres HIV negativo. Esse foi o principal resultado encontrado por um estudo que envolveu quase 40 mil participantes nos Estados Unidos, conduzido por Morgan Birabharan, da Universidade da Califórnia (EUA), e publicado, em 19 de maio de 2022, na revista AIDS.

Entre 2016 e 2021, foi recrutado um total de 39.485 participantes vivendo com HIV que foram comparados com 191.827 pessoas sem o vírus. Os voluntários que vivem com HIV eram mais jovens (87% com menos de 65 anos contra 70%), entre pardos e negros (43% contra 12%) e com maior tendência a fumar (55% contra 32%). Pouco mais de 24% dos voluntários vivendo com HIV eram mulheres, em comparação com 56% do grupo HIV negativo.

A análise confirmou uma relação entre o HIV e a diabetes tipo 2 para as mulheres. Entre as pessoas que vivem com HIV, 23% das mulheres tinham diagnóstico para a doença contra 16% dos homens. Daquelas sem o vírus, 17% das mulheres desenvolveram diabetes tipo 2 contra 14% dos homens.

Após ajustes estatísticos, as mulheres vivendo com HIV eram 1,3 vezesmais propensas a desenvolver a doença do que as mulheres HIV negativo. Em todos os subgrupos, os homens que vivem com HIV não estavam em maior risco de diabetes tipo 2 do que os homens sem HIV.

Os autores afirmam que a relação entre HIV e diabetes tipo 2 em mulheres merece uma investigação mais aprofundada. Uma explicação proposta por eles é que as mulheres têm uma resposta imune mais forte à infecção inicial pelo vírus devido aos efeitos dos hormônios sexuais femininos. Esse excesso de atividade imune é benéfico para controlar o HIV, mas, a  longo prazo , pode levar a uma maior resistência à insulina.

Fonte: site da revista AIDS, de 19 de maio de 2022.

(https://journals.lww.com/aidsonline/pages/articleviewer.aspx?year=2022&issue=03010&article=00007&type=Fulltext)