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Altas taxas de obesidade são encontradas entre mulheres de meia-idade que vivem com HIV no Reino Unido

De acordo com o estudo PRIME, conduzido por Asma Ashraf, da University College London, no Reino Unido, e publicado em 10 de maio de 2022 na revista HIV Medicine, cerca de 40% das mulheres que vivem com HIV na região, com idade entre 45 e 60 anos, apresentaram um índice de massa corporal (IMC) maior ou igual a 30, sendo consideradas obesas, sendo que as negras tinham mais propensão à obesidade do que as brancas.

Um total de 396 participantes, com idade média de 49 anos, foi incluído no estudo. A maioria era de etnia negra africana (72%), seguidas de brancas britânicas (14%) e outras etnias (14%). Aproximadamente 84% das mulheres não haviam nascido no Reino Unido, mas tinham status de imigração assegurado.

Quase metade das voluntárias (47%) possuía ensino médio completo, 52% trabalhavam em tempo integral e 33% estavam desempregadas. Cerca de 38% relataram não ter dinheiro suficiente para as necessidades básicas algumas ou todas as vezes que precisavam. Relatos de sofrimento psicológico e problemas de saúde mental, atribuídas ao racismo estrutural, foram comuns no estudo.

Todas as participantes receberam prescrição de terapia antirretroviral (TARV) e 89% encontravam-se indetectáveis em relação ao HIV. A maioria (72%) tinha contagem de CD4 acima de 500 células/mmᶾ e 4% apresentavam contagem abaixo de 200 células/mmᶾ. Quase metade das mulheres (48%) estava em um regime de inibidor de transcriptase reverso não nucleosídeo, seguido por um regime de inibidor de protease (29%). Apenas 13% usavam um regime de inibidor de integrase, que é a classe de TARV notória para ganho de peso.

A média geral de IMC foi de 29. Vinte e oito por cento das voluntárias tinham peso normal (IMC abaixo de 25), 32% estavam acima do peso (IMC entre 25 e 29,9) e 40% foram consideradas obesas (IMC acima de 30). Quatro mulheres apresentaram IMC inferior a 18,5 e estavam abaixo do peso ideal. A média diferiu por raça e etnia, sendo IMC de 29 para participantes negras africanas, 31 para outras etnias negras, 24 para brancas britânicas e 25 para as demais.

Os pesquisadores realizaram análises universais e descobriram que ser negra, ter nascido fora do Reino Unido e precisar de uma quantidade maior de cuidados médicos foram fatores associados a um IMC mais alto. Tabagismo e quantidade menor de cuidados médicos foram fatores associados a um IMC mais baixo.

Essas conclusões ressaltam a importância de monitorar e registrar o IMC entre mulheres de meia-idade. Os autores sugerem o desenvolvimento de intervenções que sejam culturalmente apropriadas e aceitáveis para pessoas do sexo feminino etnicamente diversas, observando que suas necessidades diferem das demandas dos homens que vivem com HIV.

Fonte: site da revista HIV Medicine, de 10 de maio de 2022.

(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/hiv.13242?af=R)