HPTN 084: cabotegravir injetável se mostra mais eficaz do que a PrEP oral diária em mulheres cis da África Subsaariana
Braço do estudo HPTN 084, apresentado por Sinead Delany-Moretlwe, da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, na 11ª Conferência sobre a Ciência do HIV (IAS 2021), promovida pela International Aids Society, em julho, demonstra que injeções de cabotegravir a cada dois meses são uma opção mais eficaz e segura de profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV do que a modalidade oral diária com comprimidos de disoproxilfumarato e emtricitabina (TDF/FTC) para mulheres cis. O trabalho recrutou mais de 3 mil participantes, sexualmente ativas, com idade entre 18 e 45 anos, em sete países da África Subsaariana.
A fase cega do estudo foi interrompida em novembro de 2020 após resultados mostrarem que mulheres designadas aleatoriamente para usar injeções de cabotegravir tinham um risco 89% menor de adquirir o HIV do que as mulheres que usaram comprimidos diários de TDF/FTC. Houve apenas quatro novas infecções entre as mulheres que tomaram cabotegravir em comparação com 34 infecções entre aquelas que usaram TDF/FTC. Isso equivale a uma incidência anual de 0,21% para o grupo do cabotegravir contra 1,79% para o grupo de TDF/FTC.
Delany-Moretlwe relatou uma análise de acompanhamento dos quatro casos de HIV observados no grupo do cabotegravir. Duas mulheres nunca receberam as injeções: a primeira completou o período de introdução do cabotegravir oral, mas não apareceu, conforme o combinado, para a sua primeira visita de injeção; a outra, por ter ficado grávida, mudou para o TDF/FTC oral antes de receber qualquer injeção. Uma terceira mulher perdeu ou atrasou várias aplicações, chegando a ficar 16 semanas sem nenhuma injeção. A última, por meio de um teste retrospectivo, descobriu já ter o HIV no momento da inclusão.
Após reclassificar essa última participante, a incidência anual revisada foi de 0,15% para o grupo do cabotegravir e 1,85% para o grupo de TDF/FTC. A redução de risco aumentou para 92%.
Fonte: site do Aidsmap, de 22 de julho de 2021.
Link para o estudo: https://theprogramme.ias2021.org/Abstract/Abstract/2606