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Injetáveis de longa duração parecem viáveis para o tratamento a longo prazo do HIV

A Agência Europeia de Medicamentos recomendou a aprovação do cabotegravir (Vocabria) mais rilpivirina (Rekambys), um esquema injetável de ação prolongada, administrado a cada um ou dois meses, para tratar o HIV. Atualmente, os injetáveis estão homologados somente no Canadá, comercializados como Cabenuva.

O cabotegravir e a rilpivirina de ação prolongada estão em estudo há vários anos. Depois de mostrar que um regime simplificado de versões orais de cabotegravir mais rilpivirina (Edurant) era seguro e eficaz, pesquisadores avaliaram as formulações injetáveis dos doismedicamentos, primeiro no ensaio LATTE-2, de fase 2b, depois nos estudos de fase 3 ATLAS e FLAIR.

Na Conferência Virtual IDWeek, iniciada em outubro passado e com término previsto para setembro de 2021, que reúne pesquisadores de vários países, Graham Smith, da empresa Maple Leaf Research, de Toronto, relatou resultados dos últimos cinco anos do LATTE-2. Dos 274 participantes originais, 93 ainda recebiam injeções mensais e 133 a cada dois meses na semana 256.

Dos participantes inicialmente randomizados para receber os injetáveis, 74% na programação mensal e 88% na bimestral mantiveram a supressão viral. A taxa mais baixa no braço mensal foi atribuída a um maior número de interrupções do tratamento. Entre os que trocaram os medicamentos orais pelos injetáveis na fase de extensão do estudo, 93% mantiveram a supressão viral.Apenas duas pessoas no braço bimestral apontaram falha virológica.

Também em outubro, na Conferência Virtual do HIV, em Glasgow, os pesquisadores já haviam relatadoque os injetáveis de ação prolongada mantiveram a supressão viral com uma taxa quase nula de falha virológica para participantes dos estudos FLAIR e ATLAS.

Em todos os estudos, o esquema injetável foi bem tolerado. As reações no local da injeção foram comuns,em sua maioria moderadas, durando três dias em média enão causando a interrupção do tratamento. A maioria dos participantes informou preferir o regime injetável aos comprimidos diários. As vantagens percebidas incluíram redução do estigma relacionado aos frascos de comprimidos (38%), capacidade de viver sem precisar carregar comprimidos (31%) e não necessidade de lembrar diariamente da presença do HIV (20%).

Fonte: site do Aidsmap, de 4 de novembro de 2020. (https://www.aidsmap.com/news/nov-2020/long-acting-injectables-appear-feasible-long-term-hiv-treatment)689595-8-,