Estudo conduzido por José Damas, da Universidade de Lausanne, na Suíça, e outros pesquisadores, aponta que a mudança da terapia anterretroviral ao HIV baseada no fumarato de tenofovir alafenamida (TAF) para o fumarato de tenofovir desoproxila (TDF) resultou em uma pequena perda de peso para as pessoas que vivem com o vírus. A análise foi publicada, em 12 de abril de 2024, na revista Clinical Infectious Diseases.

De 2016 a 2023, foram incluídas no estudo 6.555 pessoas residentes na Suíça que faziam o tratamento com TAF e tiveram o peso e outros dados metabólicos medidos regularmente. Desses, 83% continuaram utilizando o medicamento até o final do período de acompanhamento, enquanto 17% (1.070 participantes) mudaram de regime.

Aqueles que abandonaram o TAF eram significativamente mais jovens, estavam em tratamento antirretroviral há menos tempo e tinham uma probabilidade ligeiramente maior de apresentar carga viral suprimida. Do total de pacientes que mudaram de regime, 565 (52%) trocaram de TAF para dolutegravir/lamivudina, 196 (18%) para TDF, 115 (10%) para cabotegravir/rilpivirina injetável e 194 (18%) para outros medicamentos.

Após ajustes para fatores que poderiam prejudicar o desfecho da análise (idade, sexo, etnia, contagem de CD4, tempo de tratamento antirretroviral, tabagismo e nível de atividade física), os pesquisadores concluíram que a mudança de TAF para outras substâncias foi associada a uma perda de peso de 0,6 kg por ano, enquanto não se registrou nenhuma perda de peso entre os que mantiveram o medicamento.

Em um segundo momento, quando os investigadores analisaram separadamente os resultados de cada substância, ficou comprovado que só perderam peso (média de 1,9 kg por ano) os pacientes que mudaram para TDF. Os que trocaram seus regimes baseados no TAF para outras combinações de medicamentos permaneceram com o peso estável (sem perda ou com perda insignificante) durante todo o tempo do estudo.

De acordo com os autores, a mudança do TAF para outros esquemas também ocasionou reduções no colesterol e nos triglicerídeos dos participantes, principalmente entre aqueles que trocaram  de TDF para dolutegravir/lamivudina.

Fonte: site da Clinical Infectious Diseases, de 12 de abril de 2024.

(https://academic.oup.com/cid/advance-article/doi/10.1093/cid/ciae189/7644515?login=false)