Altas taxas de adesão à PrEP entre populações-chave de Ruanda
As populações-chave dos países da África Subsaariana, incluindo mulheres profissionais do sexo e gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH), ainda são desproporcionalmente afetadas pelo HIV, apesar da crescente oferta da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na região.
Estudo conduzido por Athanase Munyaneza, da Universidade de Ruanda, em Kigali, e outros pesquisadores, examinou a adesão àPrEP na modalidade oral diária em um mês de uso e 12 meses de uso entre as profissionais do sexo e os HSH ruandeses. A análise foi publicada, em 20 de novembro de 2024, no Journal of the International Aids Society.
Os investigadores analisaram, de dezembro de 2019 a dezembro de 2023, dados clínicos de pessoas HIV negativas dessas duas populações que frequentavam 11 unidades de saúde pública na cidade de Kigali. O nível de adesão foi medido por meio da presença dos participantes nas consultas agendadas para a recarga de PrEP.
Entre os 2.043 pesquisados que iniciaram a profilaxia, 66% eram profissionais do sexo e 34% HSH. O primeiro grupo relatou uma média de oito parceiros sexuais nos sete dias anteriores ao início da profilaxia, com cerca de 70% reportando ter praticado sexo sem preservativo e 94% se considerando em alto risco para o HIV. As taxas de adesão considerada perfeita à PrEP foram de 92% em um mês de uso e 77% em 12 meses de uso.
A adesão em um mês foi menor entre as profissionais do sexo que moravam com outras pessoas e aquelas com baixa percepção de risco para o HIV. Em 12 meses, a adesão continuou significativamente menor entre as que tinham pouca percepção de risco para o vírus.
Os HSH informaram uma média de quatro parceiros sexuais nos 12 meses anteriores ao início da PrEP. Aproximadamente 90% relataram a prática de sexo sem preservativo e 72% se consideravam em alto risco para o HIV. As taxas de adesão considerada perfeita à profilaxia foram de 96% em um mês de uso e 82% em 12 meses de uso.
Em um mês, a adesão foi mais alta entre os HSH que apresentavam maior nível de escolaridade. Após 12 meses, a adesão foi menor entre aqueles com emprego de meio período, os desempregados, os estudantes e os que não possuíam nenhuma informação sobre a profilaxia antes do início do estudo.
Os autores destacam altas taxas de adesão à PrEP entre as profissionais do sexo e os HSH ruandeses. Afirmam que campanhas de conscientização direcionadas a diferentes populações-chave podem melhorar a adesão à profilaxia e reduzir a incidência do HIV em toda a região da África Subsaariana.
Fonte: site do Journal of the International Aids Society, de 20 de novembro de 2024.
(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jia2.26392)