Estudo liderado por Elizabeth Irungu, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, examinou a aceitação da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na modalidade oral diária e da PrEP baseada no anel vaginal de dapivirina entre mulheres cisgênero do continente africano. O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 5ª Conferência de Pesquisa em Prevenção do HIV (HIVR4P 2024), realizada, de 6 a 10 de outubro, em Lima, Peru.

Os investigadores incluíram, de maio a dezembro de 2023, 2.383 mulheres HIV negativas, residentes no Quênia, Lesoto, Zimbábue, Uganda e África do Sul, elegíveis para a PrEP e que frequentavam unidades de saúde locais. Dessas, 41% eram maiores de 24 anos, 30% relataram trabalho sexual, 4% estavam grávidas, 10% amamentavam e 64% demonstraram pouco ou nenhum conhecimento anterior sobre a profilaxia.

No momento da inclusão no estudo, 61%, 35% e 4% das participantes optaram pela PrEP oral, pelo anel vaginal e por nenhuma modalidade da profilaxia, respectivamente. A adesão ao anel vaginal entre grávidas e mulheres que amamentavam foi de, respectivamente, 17% e 20%.

Entre as voluntárias com pouco ou nenhum conhecimento sobre a PrEP, as que relataram trabalho sexual, que praticaram sexo sem preservativo nos três meses anteriores à análise e que tiveram múltiplos parceiros sexuais no mesmo intervalo de tempo foram mais propensas a escolher o anel vaginal. Aquelas com parceiro sexual fixo e com idade mais avançada tenderam a optar pela PrEP oral.

Ao final de período de acompanhamento, as participantes que escolheram a PrEP oral destacaram a facilidade de tomá-la (50%) e a eficácia do medicamento (39%). Já as que optaram pelo anel vaginal enfatizaram a discrição (53%) e a não necessidade de ingestão de comprimidos diários (33%).

Para os autores, o estudo demonstrou aceitação moderada da PrEP baseada no anel vaginal de dapivirina entre as mulheres do continente africano. Eles destacam que novas pesquisas do gênero são necessárias para que a escolha de PrEP possa ser melhor investigada na região.

Fonte: site do HIVR4P 2024, de 10 de outubro de 2024.

(https://programme2024.hivr4p.org/Abstract/Abstract/?abstractid=257)