Prevalência de outras infecções bacterianas sexualmente transmissíveis entre pessoas com mpox
Com autoria de Mayara Secco e outros colaboradores do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz-RJ*, estudo avaliou a prevalência e as características de infecções bacterianas sexualmente transmissíveis concomitantes à infecção por mpox. O trabalho foi publicado na edição de novembro de 2024 do periódico AIDS.
No total, 538 pessoas com casos confirmados de mpox pelo instituto de junho de 2022 a abril de 2024 foram incluídas na análise. Dentre as infecções bacterianas sexualmente transmissíveis investigadas, os participantes realizaram testes para clamídia, gonorreia e sífilis, com prevalência de 37,3%. Além disso, entre o total de pesquisados (538), 53,2% apresentaram diagnóstico positivo para HIV e 37,1% estavam em uso da profilaxia pré-exposição (PrEP).
Os fatores associados à ocorrência de coinfecção foram: idade de 30 a 39 anos, autoidentificação como homem cisgênero, status positivo para HIV, sintomas de proctite (inflamação no reto) e histórico de alguma infecção sexualmente transmissível nos últimos 12 meses.
Segundo os autores do artigo, os resultados do estudo revelam uma alta prevalência de infecções bacterianas sexualmente transmissíveis concomitantes à infecção por mpox. Esses dados ressaltam a importância de incluir a mpox como um diagnóstico diferencial para pessoas que apresentem lesões anogenitais, promover a integração entre diagnóstico positivo para mpox e a testagem para outras infecções bacterianas sexualmente transmissíveis, bem como desenvolver estratégias de prevenção combinadas nos serviços de saúde sexual.
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*Autores do artigo:
Mayara Secco, Thiago Torres, Carolina Coutinho, Emilia Jalil, Carolyn Yanavich, Pedro Martins, Matheus Bastos, Maira Mesquita, Amanda Echeverría-Guevara, Sandro Nazer, Eduardo Peixoto, Marcela Terra, Ana Lovetro, Paula Reges, Maria Roberta Meneguetti, Ronaldo Moreira, Flavia Lessa, Brenda Hoagland, Estevão Nunes, Sandra Cardoso, Valdiléa Veloso e Beatriz Grinsztejn, do Grupo de Estudos de Mpox do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz, Rio de Janeiro, Brasil.