PrEP: tecnologia de prevenção

Preferências de PrEP entre mulheres sul-africanas

A profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV na modalidade oral diária e a PrEP baseada no anel vaginal de dapivirina são importantes ferramentas de prevenção ao HIV entre as mulheres sul-africanas. Estudo conduzido por Nicolette Naidoo, da Universidade de Witwatersrand, em Johanesburgo, na África do Sul, e outros pesquisadores, analisou a aceitação e os fatores associados à escolha de PrEP entre as mulheres locais. O ensaio foi apresentado, em forma de pôster, na 5ª Conferência de Pesquisa em Prevenção do HIV (HIVR4P 2024), realizada, de 6 a 10 de outubro, em Lima, Peru.

De outubro de 2023 a março de 2024, 614 mulheres cisgênero, HIV negativas, que frequentavam 36 centros de saúde de Johanesburgo, foram incluídas no estudo. Dessas, 73% tinham de 18 a 24 anos e 84% haviam concluído o ensino médio ou superior. Das 517 participantes que relataram possuir pelo menos um parceiro sexual, 66% não conheciam o status de HIV dos parceiros e 5% disseram ter múltiplos parceiros.

No total, 71% das voluntárias escolheram a PrEP oral diária, 28% optaram pelo anel vaginal de dapivirina e 1% não indicou a modalidade de sua preferência. Pouco mais de um quinto (21%) das mulheres informaram ser ex-usuárias de PrEP oral.

As participantes que relataram pouco ou nenhum conhecimento anterior sobre a profilaxia tiveram mais chances de escolher a PrEP oral, em comparação com aquelas que já conheciam o medicamento. Em contrapartida, as mulheres universitárias tinham maior probabilidade de optar pelo anel vaginal quando comparadas com as de menor grau de escolaridade. Os investigadores não encontraram associações significativas entre a escolha de PrEP e gestações anteriores ou uso de anticoncepcionais.

Entre os resultados do estudo, os autores apontam que a PrEP oral diária teve uma boa aceitação entre as mulheres sul-africanas, mas o anel vaginal de dapivirina apresentou adesão abaixo da esperada. Eles destacam que identificar as mulheres com maiores chances de adotar o anel vaginal pode ajudar na formatação de novas políticas públicas voltadas à difusão da profilaxia.

Fonte: site de HIVR4P, de 9 de outubro de 2024.

(https://programme2024.hivr4p.org/Abstract/Abstract/?abstractid=1788)