A aceitação da PrEP entre trabalhadoras do sexo na Argentina
Profissionais do sexo de vários países correm um risco aumentado de infecção pelo HIV, mas muitas vezes enfrentam barreiras para acessar as ferramentas de prevenção ao vírus, incluindo a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV.
Estudo conduzido por Maria Victoria Iannantuono, da Fundação Huésped, em Buenos Aires, na Argentina, e outros pesquisadores, teve como objetivo avaliar o conhecimento e a aceitação da PrEP oral diária entre as trabalhadoras do sexo na capital daquele país. A análise foi apresentada, em forma de pôster, na 5ª Conferência de Pesquisa em Prevenção do HIV (HIVR4P 2024), realizada, de 6 a 10 de outubro, em Lima, Peru.
De junho a dezembro de 2023, 116 profissionais do sexo foram incluídas na análise (55 mulheres cisgênero e 61 mulheres transgênero). A média de idade da amostra foi de 33,5 anos e o tempo médio de trabalho sexual, de 12 anos. Todas as participantes realizaram entrevistas individuais, fizeram teste rápido de HIV, tendo recebido a oferta de PrEP aquelas que apresentaram diagnóstico negativo para o vírus. As que testaram positivo (21) iniciaram imediatamente a terapia antirretroviral.
No total, 51,7% das mulheres trans e 26% das mulheres cis relataram mais de 20 parceiros sexuais no mês anterior à pesquisa e 59,5% disseram ter praticado sexo sem preservativo no mesmo período.
Cerca de 22% conheciam a PrEP e 9,5% informaram já ter tomado o medicamento em pelo menos uma ocasião. A aceitação da profilaxia foi significativamente maior entre as mulheres trans em comparação com as mulheres cis (66,7% contra 33,3%). Os principais motivos para a não aceitação da PrEP incluíram não se sentir em risco para o HIV, potenciais efeitos colaterais, não desejar tomar um medicamento e adiar os comprimidos para outro momento.
De acordo com os autores, a aceitação da PrEP foi satisfatória entre as mulheres trans, porém baixa entre as mulheres cis. Eles ressaltam que pesquisas futuras devem se concentrar em compreender as barreiras no aceso à prevenção do HIV para que políticas públicas possam ser elaboradas com êxito.
Fonte: site o HIVR4P 2024, de 7 de outubro de 2024.
(https://programme2024.hivr4p.org/Abstract/Abstract/?abstractid=477)