Mulheres jovens e o acesso à PrEP na África do Sul
Estudo conduzido por Elzette Rousseau, da Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, buscou compreender o que influenciava a escolha das plataformas de fornecimento da profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV por parte das mulheres jovens daquele país, que demonstram interesse na profilaxia mas enfrentam dificuldades na utilização eficaz e sustentada do medicamento. A análise foi publicada, em 2 de maio de 2024, no Journal of the International AIDS Society.
Realizado na Cidade do Cabo, de 2017 a 2020, o estudo forneceu PrEP a 26 mulheres jovens (de 16 a 25 anos) a partir de quatro plataformas de distribuição: clínicas móveis, instalações governamentais, entregas pelo correio ou clubes comunitários de jovens. As entregas pelo correio e os clubes comunitários incluíram o autoteste de HIV ao serviço de fornecimento da profilaxia.
Foram realizadas entrevistas aprofundadas e individuais com todas as participantes, que usavam a PrEP por mais de três meses e acessaram pelo menos duas plataformas diferentes de distribuição. A análise temática explorou as preferências, as tomadas de decisões e os hábitos relacionados ao acesso ao medicamento.
As participantes, com idade média de 20 anos, relataram ter acessado 24 vezes as clínicas móveis, 17 vezes as entregas pelo correio, nove vezes as instalações governamentais e seis vezes os clubes comunitários. Por meio das descobertas qualitativas, os investigadores identificaram quatro “segmentações de mercado” diferentes, baseadas em questões comportamentais.
O grupo que os pesquisadores chamaram de “usuárias sociais” de PrEP preferiu a entrega da profilaxia em espaços frequentados por pares, como as clínicas móveis e os clubes comunitários. As “usuárias convenientes” optaram pela retirada do medicamento em plataformas que consideravam de acesso facilitado, como as entregas pelo correio e as clínicas móveis.
Enquanto os chamados “usuários independentes” disseram preferir uma entrega que se enquadrasse em sua programação diária, como as instalações governamentais, os “usuários discretos” da profilaxia valorizavam a privacidade, priorizando as entregas pelo correio. O benefício do autoteste de HIV teve uma influência considerada mínima na escolha da plataforma de fornecimento de PrEP.
Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 2 de maio de 2024.