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Estudo analisa prevalência de lesões anais em HSH e mulheres trans com HIV

Gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres transexuais que vivem com HIV correm um risco aumentado de desenvolverem câncer anal ao longo da vida adulta, em comparação com pessoas HIV negativas. Estudo publicado em 2 de maio de 2024, no Journal of the International AIDS Society, investigou a prevalência de lesões escamosas anais de alto grau (lesão que quando não tratada é precursora do câncer anal) nessas populações. A análise foi conduzida por Supanat Thitipatarakorn, do Instituto de Pesquisa e Inovação em HIV, em Bangkok, na Tailândia, e outros pesquisadores.

Um total de 89 HSH e 10 mulheres trans que viviam com HIV e residiam em Bangkok foram incluídos na análise, realizada de maio de 2017 a junho de 2021. Os participantes tinham de 20 a 47 anos (média de idade de 26 anos) e relataram ter iniciado a vida sexual, em média, com 18 anos.

Durante o período de acompanhamento de três anos e dez meses, a incidência de lesões escamosas anais de alto grau, calculada por meio da realização regular de anuscopias de alta resolução, seguidas de biópsias anais, foi de 11,8%. Esse percentual, considerado elevado pelos pesquisadores, representou uma taxa de 19,7 casos por 100 pessoas-ano.

Os principais fatores de risco associados à incidência dessas lesões escamosas foram não estar em terapia antirretroviral (TARV) ao HIV – situação de quase um terço dos indivíduos no momento da inscrição no estudo -; ter HPV anal (verrugas na região do ânus), encontrado em 33% dos voluntários; sífilis, diagnosticada em 31% dos pacientes; e baixa contagem de CD4 (menor que 200 células/mm³), registrada em 30% dos participantes.

Para os autores, após o início do tratamento para o HV a incidência de lesões escamosas anais de alto grau entre HSH e mulheres trans tende a diminuir significativamente, mas continuar em um patamar superior ao das pessoas HIV negativas. Eles reforçam a importância da TARV e afirmam que o rastreio e o tratamento precoce da doença devem ser prioridades entre profissionais especializados no tratamento do vírus e provedores de saúde em geral.

Fonte: site do Journal of the International AIDS Society, de 2 de maio de 2024.

(https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jia2.26242)