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Ensaio aponta aumento das taxas de IST após início da PrEP

Apesar do sucesso na prevenção do HIV, existe a preocupação de que o uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) possa estar associado ao aumento dos diagnósticos de infecções sexualmente transmissíveis (IST), como sífilis, clamídia e gonorreia. Estudo conduzido por Sebastian von Schreeb, do Hospital Universitário de Copenhague, na Dinamarca, e outros pesquisadores, investigou a incidência de IST entre os usuários da profilaxia. A análise foi publicada, em 28 de março de 2024, na revista Eurosurveillance.

O ensaio incluiu gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) e mulheres transgênero dinamarqueses, que iniciaram a PrEP de janeiro de 2019 a junho de 2022. Todos apresentaram exames de IST das 20 semanas anteriores à inclusão. O número total de participantes foi de 1.326, dos quais dez eram trans.

Quase 100% dos voluntários optaram por um regime oral diário da profilaxia. Cento e quarenta e sete (11%) já haviam tomado PrEP em pelo menos uma ocasião antes de janeiro de 2019 e foram excluídas da pesquisa, assim como 237 pessoas que interromperam o medicamento durante o período de acompanhamento.

No total, foram registrados 708 diagnósticos de IST antes do início da profilaxia e 1.849 após o início. Esses números representam uma taxa de incidência anual de 35 casos por 100 pessoas-ano antes do começo da PrEP e de 81 casos por 100 pessoas-ano depois.

Os pesquisadores ressaltam que, apesar da taxa de 81 casos por 100 pessoas-ano, não é possível afirmar que os participantes tinham 81% de chance de adquirir uma IST após o início da profilaxia, durante o período de um ano. Os resultados finais mostraram que alguns voluntários não apresentaram casos de sífilis, clamídia ou gonorreia, enquanto outros tiveram diagnósticos repetidos dessas infecções.

A análise revelou um aumento preocupante da incidência de IST entre os usuários de PrEP. Os autores destacam a urgência na adoção de abordagens clínicas integradas que não só previnam o HIV, mas que melhorem também outros aspectos da saúde sexual de HSH e mulheres trans daquele país.

Fonte: site da Eurosurveillance, de 28 de março de 2024.

(https://www.eurosurveillance.org/content/10.2807/1560-7917.ES.2024.29.13.2300451#html_fulltext)