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Implementação de PrEP de longa duração em países de baixa e média renda: revisão de escopo com estudos já publicados

O surgimento de opções da profilaxia pré-exposição (PrEP) com ação prolongada traz promissoras possibilidades de resposta à epidemia de HIV. No entanto, desafios também se impõem, especialmente entre países de baixa e média renda, em que a limitação de recursos compromete a viabilização da adoção dessas novas tecnologias.

Para auxiliar na efetivação da PrEP  de longa duração nesses países, um artigo da edição de julho de 2023 do Journal of the International AIDS Society realizou uma revisão de escopo com estudos já publicados sobre planos nacionais de implementação orçamentários, que trazem análise detalhada dos custos de novas políticas, programas ou intervenções. O artigo foi escrito por Delivette Castro, da Universidade de Colúmbia, de Nova York (EUA), e outros autores.

Os autores sintetizaram evidências desses planos com a PrEP em diferentes formatos (oral, sob demanda e injetável de longa duração) em 69 países de diferentes continentes, como Brasil, Tailândia, Quênia e Índia.

No total, 66 artigos publicados de janeiro de 2010 a junho de 2022 foram incluídos, com destaque para 10 que tratavam especificamente sobre a PrEP de ação prolongada e 13 que abordavam os custos primários de implementação da profilaxia, dedicando-se a temas como aquisição de novos medicamentos, recursos humanos e cadeias de suprimento e logística.

Segundo os autores, a implementação da PrEP de longa duração requer dos países medidas como atualização de políticas de prevenção ao HIV, assistência técnica para suporte logístico e clínico, bem como atualização de sistemas de informação em saúde para monitorar os diversos esquemas  da profilaxia que demandam a estruturação de diferentes agendas de visitas para os usuários. Para casos como esses, recorrer a planos de implementação com planejamento logístico e financeiro sólidos e diretrizes já consolidadas auxilia na tomada de decisão.

A revisão de escopo, no entanto, notou uma falta de dados primários consistentes relativos aos custos de implementação da PrEP,  especialmente quanto à de ação prolongada, para a qual os autores apontam a necessidade de se estabelecer estruturas para apoiar os países na efetivação desse esquema da profilaxia. Para isso, reforçam, é fundamental ter dados mais transparentes relativos a custo e custo-efetividade de implementação da PrEP.

Link para o artigo: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/jia2.26110