Adolescentes preferem injeções de longa duração para o tratamento do HIV
Adolescentes que vivem com HIV preferem a terapia antirretroviral (TARV) com injeções de longa duração do que o tratamento padrão com comprimidos diários, concluiu um estudo, conduzido por Aditya Gaur, do Hospital de Pesquisa Infantil St. Jude, localizado em Memphis, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores. A análise foi apresentada na 31ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada de 3 a 6 de março, em Denver, nos Estados Unidos.
O estudo incluiu, de 2022 a 2023, 144 adolescentes de 12 a 17 anos, com média de idade de 15 anos que residiam na África do Sul, Botswana, Uganda, Tailândia e Estados Unidos. Havia uma divisão quase uniforme entre os sexos: 74 mulheres e 70 homens. Aproximadamente 75% dos pesquisados eram negros ou africanos, 23% asiáticos e 2% brancos.
Nas semanas 8, 24 e 48, os investigadores perguntaram aos adolescentes se eles preferiam passar para o tratamento injetável de longa duração ou manter o tratamento padrão com comprimidos diários. Na 8ª semana, 97% disseram preferir a TARV injetável, porcentagem que aumentou para 99% na 24ª semana e para 100% na 48ª semana.
Os poucos voluntários que inicialmente preferiram o tratamento padrão oral relataram que o medo das injeções foi a principal razão para a escolha dos comprimidos. Aqueles que optaram pelo tratamento injetável afirmaram buscar um estilo de vida com maior liberdade, sem a necessidade de ingestão de um medicamento diário.
Os pesquisadores também realizaram entrevistas telefônicas aprofundadas com oito adolescentes que viviam com HIV que residiam na África do Sul e nos Estados Unidos: cinco homens e três mulheres. Todos informaram preferir a TARV injetável.
De acordo com os autores, os injetáveis de longa duração são eficazes e podem se tornar uma opção segura para os adolescentes que vivem com HIV. Eles ressaltam que o aconselhamento e o apoio personalizados, prestados por profissionais previamente capacitados, continuam sendo fundamentais para o sucesso do tratamento, independentemente da modalidade de TARV escolhida pelo paciente.
Fonte: site da CROI, de 6 de março de 2024.