HIV, IST e Outros PrEP: temas gerais

Intervenções de prevenção ao HIV elevam as taxas de adesão à PrEP

Intervenções de prevenção ao HIV mais dinâmicas e centradas nas pessoas resultaram em um aumento significativo na adesão à profilaxia pré-exposição (PrEP), segundo estudo conduzido por Moses Kamya, da Universidade de Makerere, na cidade de Kampala, em Uganda, e outros pesquisadores. A análise foi apresentada na 31ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada de 3 a 6 de março, em Denver, nos Estados Unidos.

O estudo incluiu, de 2021 a 2023, 984 pessoas HIV negativas, residentes nas zonas rurais do Quênia e de Uganda, que corriam risco elevado de adquirir o vírus. Metade dos participantes foi designada aleatoriamente para ter acesso às intervenções (braço de intervenção) e a outra metade recebeu atendimento considerado padrão nos dois países (braço de controle).

Os voluntários do braço de intervenção podiam escolher uma modalidade de prevenção (PrEP oral, PrEP injetável, entre outras), um teste de HIV (autoteste ou teste realizado por um profissional) e a quantidade de PrEP oral a receber (suficiente para um, dois ou três meses). Os indivíduos desse grupo também tinham acesso a consultas, com profissionais especializados na prevenção do vírus, todos os dias da semana.

Durante o período de acompanhamento de um ano, verificou-se que, em algum momento da análise, 56% dos participantes do braço de intervenção fizeram uso da PrEP oral diária ou da PrEP injetável de longa duração, enquanto 2% procuraram pela profilaxia pós-exposição (PEP) ao HIV. Em contraste, no mesmo intervalo de tempo, 28% dos voluntários do braço de controle utilizaram alguma modalidade de PrEP e apenas 0,4% tomaram a PEP.

Além de apresentar um aumento substancial na adesão à profilaxia, o braço de intervenção não registrou nenhuma soroconversão no decorrer do estudo. Já o braço de controle registrou sete soroconversões de pessoas adultas, além de um bebê, nascido de uma participante do grupo, não incluído no cálculo de incidência do vírus.

Os autores afirmam que sempre foram defensores desse tipo de intervenção, mas que ainda não tinham provas de sua eficácia no caso específico do HIV. “É a primeira vez que temos evidências científicas de que uma série de intervenções centradas nas pessoas funciona satisfatoriamente em um ambiente comunitário. Esse era o resultado que esperávamos há tempos”, celebrou Kamya.  

Fonte: site da CROI, de 5 de março de 2024.

(https://www.croiconference.org/abstract/randomized-trial-of-search-dynamic-choice-hiv-prevention-including-injectable-cabotegravir-cab-la/)