Espaço HSH HIV, IST e Outros

Tratamento para uso de substâncias reduz consumo de metanfetamina entre HSH nos EUA

O consumo de metanfetamina (droga sintética com efeito estimulante) é alto entre gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens (HSH) norte-americanos. Estudo conduzido por Allison Rosen, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, nos Estados Unidos, e outros pesquisadores, visou avaliar o impacto do tratamento para o abuso de substâncias químicas na frequência do uso de metanfetamina nessa população. A análise foi publicada, em 22 de janeiro de 2024, no Journal of Substance Use and Addiction Treatment.

De 2014 a 2022, 285 HSH estadunidenses, vivendo com HIV ou em risco elevado/moderado de contrair o vírus, foram incluídos no estudo. As idades dos participantes variavam entre 18 e 45 anos. Todos relataram já ter usado metanfetamina, pelo menos uma vez na vida, antes de ingressar na pesquisa.

No total, 41% eram negros, 37% latinos, 16% brancos e 6% disseram pertencer a outras etnias. A maioria vivia com HIV (64%) e 85% informaram não receber nenhum tipo de tratamento para o abuso de substâncias químicas. Os homens compareceram a uma média de 16 visitas clínicas durante o período de acompanhamento.

Os pesquisadores definiram três grupos de consumo de metanfetamina: “frequente” (uso diário, com 19% dos participantes), “ocasional” (uso semanal ou mensal, com 57% dos voluntários) e “nenhum” (não faziam uso da droga durante o período do estudo, com 24% dos indivíduos). Era fundamental descobrir se os homens mudavam de grupo entre as visitas clínicas e como a frequência do uso de metanfetamina era afetado pelo tratamento para o abuso de substâncias químicas.

Ao remover o impacto de etnia e idade, observou-se que os homens que recebiam tratamento para o abuso de substâncias químicas tinham 1,63 vezes mais probabilidade de passar do consumo “ocasional” de metanfetamina para “nenhum” consumo e 4,25 vezes mais chances de passar do uso “frequente” da droga para o uso “ocasional”. A quantidade de participantes em tratamento para o abuso de substâncias químicas que passaram do grupo “ocasional” para “frequente” foi considerada estatisticamente irrelevante.

De acordo com os autores, o status sorológico do HIV dos pesquisados não foi diretamente relacionado com o aumento ou com a diminuição da utilização de metanfetamina. Eles informaram que um número pequeno de soroconversões foi registrado ao longo da análise, quase todos em indivíduos que não realizavam nenhum tipo de tratamento para o abuso de substâncias químicas.

Fonte: site do Journal of Substance Use and Addiction Treatment, de 22 de janeiro de 2024.

(https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2949875923002795)