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Resultados de estudo mostram que DoxyPEP não reduziu a incidência de IST entre mulheres

A DoxyPEP, substância doxiciclina usada como profilaxia pós-exposição a infecções sexualmente transmissíveis (IST), não reduziu substancialmente a probabilidade de novas infecções entre as mulheres cisgênero do Quênia. Esse foi o principal resultado de um estudo, conduzido por Jenell Stewart, do Hennepin Healthcare Research Institute, em Minneapolis (EUA), e outros pesquisadores. A pesquisa foi publicada, em 21 de dezembro de 2023, no The New England Journal of Medicine.

De 2020 a 2022, a análise incluiu 449 mulheres cis, com idades de 18 a 30 anos (média de 24 anos), na cidade de Kisumu, no Quênia. A maioria (65%) nunca havia sido casada e 83% relataram ter um parceiro sexual principal. Quase 70% tinham pelo menos um filho e não estavam grávidas no momento da inscrição no estudo. Cerca de 60% utilizavam contracepção hormonal.

Aproximadamente 33% disseram ter mantido relações sexuais com um novo parceiro nos três meses anteriores à pesquisa e o número médio de parceiros nesse período foi de dois. A maior parte (66%) informou a ausência de preservativo na última relação sexual e poucas afirmaram praticar sexo anal com regularidade. Cerca de 40% disseram já ter realizado sexo transacional e todas tomavam a profilaxia pré-exposição (PrEP) ao HIV.

As mulheres foram aleatoriamente designadas para usar doxiciclina após o sexo (224 participantes) ou para realizar um tratamento padrão (225 voluntárias), com testes trimestrais de IST e utilização de outras substâncias em caso de diagnóstico positivo. Oitenta mulheres engravidaram e tiveram que deixar a análise até que parassem de amamentar. Nas visitas de acompanhamento, elas preenchiam questionários sobre comportamentos sexuais, sintomas de IST e utilização de DoxyPEP, além de realizarem testes para sífilis, clamídia e gonorreia.

No final do período de acompanhamento, a doxiciclina não reduziu de maneira significativa o surgimento de IST. Ocorreram 50 novos casos de infecções no grupo da DoxyPEP (25,1 por 100 pessoas-ano de acompanhamento) e 59 no grupo de tratamento padrão (29 casos por 100 pessoas-ano de acompanhamento). Doze participantes, pertencentes a ambos os grupos, tiveram mais de um novo diagnóstico de IST.

No total, foram 35 novos casos de clamídia no grupo da doxiciclina e 50 no de tratamento padrão. Houve também 14 diagnósticos de gonorreia no grupo da DoxyPEP e oito no de tratamento padrão. Os autores classificaram como extremamente raros os casos de sífilis.

Fonte: site do The New England Journal of Medicine, de 21 de dezembro de 2023.

(https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa2304007)